domingo, 28 de dezembro de 2008

* Para toda a gente que acredita*
O que dá realmente sentido à vida é o amor.
O amor que é tu e eu rezando pra que o final de semana logo chegue.
Que o apartamento possa ser decorado por nós dois.
É saber que todos meus ensaios líricos terão a ti como inspiração.
O que dá credibilidade ao amor é essa nossa nova tentativa diária de sermos felizes.
O que conserva o amor é saber que não somos pequenas gôndolas desencontradas se lamuriando de solidão nos canais de Veneza.
O amor é saber dosar sorrisos e lágrimas. E dessas últimas saber secar os olhos e esquecer um pouco do lado dorido do mundo.
Amor é ter um algo antes alvacento e agora felizmente fantasiado por essas tuas cores. E tudo que era tristemente esbranquiçado ganha tuas doces matizes variadas.
Amor é ter cada beijo teu como antídoto para dias desesperançados.
Amor é guardar o que há melhor de mim pra ti e não esperar aniversários, natais ou outras datas pomposas pra te entregar. É embrulhar o melhor que tenho num saquinho feito de papel seda alaranjado, amarrar no seu topo um laço de juta dado com capricho e te presentear naqueles momentos complicados.
Amor não se constrói nos afagos apenas. Juntemos tijolos de gentilezas, cimento de abraços apertados, madeira de carinho, tramela de serenidade, pregos de boa vontade e aí poderemos ter um bom começo para a sua construção.
Amor é ter peito forte de muralha e coração de passarinho miúdo.
Amor é beber dos teus olhos verdes todos as manhãs e só por isso já sorrir.
Amor é esperar por ti o dia inteiro e ter a certeza que virás com o teu jeito de flor, me tomará pelas mãos e me fará feliz pelo resto da vida.
Amor ainda é acreditar que existe amor e porque a gente acredita, ele existe.

PS: Para todos um 2009 de amor, amor e amor.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008


Da série postagens antigas - parte XXII - texto do dia 12/12/2006.


* Falando sobre a minha garota *

Num mundo caótico, feio, triste, desesperado... encontrei o amor.
Vieste como enredo de amor mitológico.
Serás para sempre.
É para sempre (e na maioria das vezes falas que é para eu não esquecer a promessa).
(Não esquecerei dela).
Quando eu penso nela lembro de flores amarelas,
do sol que apenas nasce,
da voz rouca,
do jeito involuntário com o qual arruma a bermuda quando corre,
das vezes em que me mostra coisas novas,
de borboletas tatuadas,
de nuca clara,
das (pequenas) indecências (amorosas) com as quais preenche o meu então solitário ouvido,de fios dourados,
de mãos que se sentem tão bem com as minhas,
dos inícios.
Sempre dos inícios.
Nessa última noite sonhei que presenciávamos um nascimento.
E de manhã quase saiu da minha boca "Nosso primeiro nascimento...".
Mas ainda prefiro acordar contigo do que apenas sonhar contigo.
És a representação de delicadezas (em forma de menina).
Acontece que eu estou perdidamente apaixonado por ti.
Acontece que eu quero ainda morar contigo.
(só pra poder ver teu sorriso quando o dia surgir).
Acontece que amor assim é pra vida inteira.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008


* Por hoje e por toda a eternidade *

Deveria ter dito naquele primeiro dia que tenho apenas dois olhos castanhos, alguns centavos no bolso e todo o amor no meu peito bordado pra ti (e por ti).
Deveria ter confessado que sabia amar pouco, pouquinho mesmo. Uma coisa rasa. Que nem cosquinha fazia, entretanto quando tu chegaste nunca mais nada foi assim.
Deveria ter falado que desde daquele momento eu sabia que seria esse compartilhar de amor rotineiro do qual nós dois somos responsáveis.
Deveria não ter omitido que sou sentimento.
(sentimento bonito por teus dois grandes olhos verdes-esperança).
Não existem pétalas sem orvalho após uma noite chuvosa, muito menos meu coração sem teu nome pulsando dentro dele.
Deveria ter gritado quando tu perguntaste sobre a eternidade:
- Oito deitado!!! Oito deitado!!! Ficas comigo pra sempre?
Mas a verdade é que eu sabia que tu aceitarias prontamente o meu pedido.
E eu estenderia com uma das mãos um ramalhete de girassóis ainda fechados, com a outra mão te prenderia entre meus dedos e cantarolaria baixinho em teu ouvido:
"- E eu que era triste, descrente desse mundo... ao encontrar você, eu conheci o que é felicidade, meu amor...".

PSI: " " - trecho da linda canção do Tom. : )
PS II: Te amo, cachorrinho !!!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Da série postagens antigas - parte XXI - texto do dia 05/12/2006
* Eternidade *

Veja bem...
não chegaste tarde o suficiente pra que eu pudesse dizer que já não sonhava mais contigo.
A verdade é que tu chegaste.
Chegaste e me preencheu todinho.
Os meus poros tristinhos preenchidos de doçura, de marzipã, sonhos de "pra sempre", cheiro adocicado na nuca.
Te escreveria com palavras perfeitamente ordenadas, palavras bem bonitas. Mas isso é impossível, amor.
Não mais consigo te descrever, apenas sei dessa sensação que agita meu pobre coração.
Me tens por inteira.
(e entendas bem quando falo "inteira").
Antes eu sonhava com príncipes encantados, cavalos alados, purpurina, céu estrelado, castelo de tules.
Pensava também nos plebeus, no beijo do moço que embrulha os saquinhos de leite com jornal de anteontem.
Eu estava com alguém e pensava em mares (de alguéns).
Contigo, é diferente.
Contigo colocarei um anel no dedo correto.
E um dia (desses) casaremos.
Seremos amor.
(aliás, somos amor).

terça-feira, 16 de dezembro de 2008


* De todos os sonhos do mundo, tu és o mais bonito *

Pra dizer a verdade logo no início eu imaginei que seria de passagem.
Eu deveria ter confessado que não esperava nada mais que um beijo,
um abraço estreito,
um sorriso miúdo
e uma dose de coragem.
Só isso eu esperava que tu viesses a me oferecer.
Mas como o destino está sendo constantemente bordado, enfeitado, refeito posso te dizer.
Quando me entregaste os sentimentos de estrelas eu pude entender.
Eu acordo no meio da madrugada e procuro as tuas mãos, e trago elas pra perto das minhas, olho o relógio e fico torcendo que eu ainda tenha umas cinco horas pelo menos ao teu lado. Mas os ponteiros quase sempre me decepcionam.
E se antes eu procurava um caminho, descobri esse ao teu lado, ligado, unido (todas as vezes).
Querida, amar não é verbo.
Amar é sonho concretizado dos meus olhos castanhos que finalmente encontrarem os olhos verdes teus.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Da série postagens antigas - parte XX - texto do dia 03/12/2006


* Da primeira promessa *

Porque apenas hoje eu não me sentirei culpado por uma felicidade que me embala.
Que toma conta dos meus poros.
Uma sensação assim que aqueles senhores cinzas, infelizes, que quase sempre suicidam (os amores, a alegria, as vontades), feios, que julgam os outros, os quais dizem que aquelas que amam (verdadeiramente) usam máscaras... simplesmente não entenderiam.
Me ofereceram um coração, um lar, uma canção.
Um sorriso, um afago, uma sombrinha pequena (cor vinho) pra dias chuvosos.
Me deram confetes, serpentinas (e como numa marchinha bem pequenina, bonita e por vezes até empoeirada - ela me fez carnaval... lálá lárilálá).
Só hoje, senhores cinzas, esqueçam um pouco da tristeza,
de algemarem os desejos que não existem mais,
de franzirem a testa,
de dizerem que não farei falta.
Só hoje... me dêem a liberdade.
E me deixem passear com ela (no final da tarde).

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

* Sobre a verdadeira beleza *

Aqui, bem aqui se encontram aqueles dois que se amam.
Os que se protegem quando outros querem amedontrá-los.
Aqui estão os bonitos de cara e de alma.
Os dois que sonham com um futuro delicadamente bordado de sonho, gestos de carinho e coragem.
Dois que agora são dois e um dia serão quatro (Caio e Sofia não demorarão para chegar).
Dois que vêem o mundo com outras cores,
outros sabores,
outros tons (aqueles que eles que são chatos, amuados, sem graça não enxergam).
Dois que respeitam.
Respeitam as normas e apenas certas regras desobedecem, por serem um tanto cautelosos. Há certas coisas chatas que fazem o mundo girar. E eles não desafiarão as etiquetas por pouco, mas quando se tratar desse amor, o assunto é outro.
E, senhores, vocês hão de convir comigo, pelo amor SEMPRE vale a pena lutar.
E aqueles dois juntos são geniais,
bacanas,
descolados.
Quase-quase perfeitos. Porque perfeição demais enjoa.
Logo, ele de vez em quando falará mais alto quando discordar de algo.
E ela será meio indelicada quando nervosa tiver tempo estipulado para se arrumar para aquela saída.
E ainda assim se amarão.
(Porque sentimento como aquele é coisa rara).
Reclamarão do preço alto do pão-de-queijo.
Ficarão chateados quando não sobrar grana para as férias tão esperadas.
E tristes quando não os quererem por perto (pelo "burro" medo da diferença).
Mas serão os dois bem felizes por estarem juntos.
Aqui (dentro de versos sobre o amor) se encontram aqueles dois que se amam.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Da série postagens antigas - partes XVIII e XIX - textos dos dias 21 e 22/11/2006.


* Da conversinha matinal *

- Teus olhos são realmente verdes?
- Bom, eles variam de acordo com a roupa. Mas são verdes sim. Por que, amor?
- ada não... estava lendo uma coisa e lembrei de ti, amor. Apenas isso. Aliás, eu sempre estou fazendo isso, lembrando de ti.
- ...
- Te amo.



* A carta que nunca te entreguei *

Olá,
não irei ao encontro de hoje.
Não irei porque morro de medo de ti.
Tenho pavor da idéia de abrir uma porta, te encontrar do outro lado e ter certeza que quero passar a minha vida contigo.
Então prefiro não abrir a porta.
Prefiro pensar o quanto seria bonito nós dois.
Mas me desculpe, hoje não irei.
Queria apenas sonhar pra sempre com a possibilidade de te encontrar hoje.
Levaria três gérberas amarelas (e diria que amarelo é cor da amizade. Mentiria descaradamente pra ti. Mesmo querendo até que dolorosamente que aquelas gérberas fossem rosas, ou vermelhas que explicariam essa ardência que me consome agora).
Eu gaguejaria teu nome ao falar no interfone (e tu quase não notarias).
Não perceberia o meu nervosismo por causa da tua ansiedade também.Tu abririas a porta, eu teria certeza, tu terias certeza. Mas ficaríamos mudos.Tu me darias um presente. Me daria um livro do Caio. Eu não chutaria o título do livro que me darias de presente. Mas seria do Caio.
Eu pegaria o livro nas mãos, pularia rapidamente pra contracapa. Procuraria uma dedicatória. Não haveria nenhuma. Mas logo em seguida tu falarias:
- Ganhei a aposta.Eu ficaria quente.Eu sou quente, mas ficaria mais quente ainda.
Sorriria um sorrisinho assim apático (e por dentro estouraria em cores, tules, confetes, brocais).
Mas apenas te doaria uma risadinha.Sentaríamos numa grama tão verde quanto teus olhos.
E eu diria que pensei em ti todos os dias (em que não esteve aqui).
Mas não irei ao encontro.
E pretendo te enviar esse e-mail quando ficar um pouco tarde pra eu poder chegar e tu lembrares que nunca faço alguém esperar.
Continuarei por aqui.
Espero que tu sejas feliz, mas bem feliz mesmo.
Que encontre alguém que te inspire poesia, suores, canções, abraços apertados.
Eu não sou a pessoa pela qual tu esperavas.
Eu sou medrosa, desencorajada.
E triste. Desculpe.
Te procurarei numa próxima vida.
Não quando formos gatos, meninos pequenos, cachorros vira- latas... mas quando tu chegares antes e quando eu for mais corajosa.
Apenas saiba que eu te amo (e isso é verdade e apenas hoje terei força pra te dizer isso).
Abraço, eu.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008


* Fábula sobre o amor *

Tinha onze, doze anos.
Naquela época adorava ir com a tia até a sorveteria que ficava perto de uma pracinha.
Sabia que se empanturraria com aquela massa cremosa doce e geladinha e depois passaria a tarde correndo na areia, se sacudindo no balanço, deslizando no escorregador.
Como gostava disso.
Mas gostava ainda mais de se deliciar com aquele sorvete.
Sorvete de uva.
Uma super bola de sorvete de uva lhe fazia feliz.
Só que havia um problema. Com o tempo foi criando uma grande dor no estômago e só depois lentamente (e tristemente) percebeu que adquirira aquilo com as tardes na sorveteria.
O sorvete de uva, na primeira lambida era ótimo.
E ela mal sabia o quanto de anilina era injetado ali pro sorvete ganhar aquela cor que apenas o Movimento Surrealista poderia bem explicar.
Era algo intangível aquela tonalidade.
A maneira como a solução lhe descia pela garganta também era esquisita. Primeiro um doce sem fim e depois vinha aquele amargo infinito. Como se algo gigantesco, feio e mau tomasse seus poros. Sentia-se invadida em cada pedacinho seu. Era primeiro uma alegria ir na sorveteria e comer sorvete de uva e logo depois uma tristeza. Com pouco tempo de vida acabara se tornando doente, melancólica e infeliz.
Foi quando numa tarde um 'meninoto', mais ou menos de sua idade, bateu em sua porta.
Ela abriu um pouquinho da porta ressabiada. Olhou pela frestinha os dois olhos verdes dele, os quais imediatamente sorriram para os dois olhos castanhos dela.
Logo se apresentou e da maneira mais cordial fez a ela um convite:
- Vamos tomar um sorvete?
Ela fechou a cara. Estava decidida. Não comeria mais nada que lembrasse aquele tempo de gastriste, dores estomacais e respondeu:
- Não dá. Meu estômago não mais suporta sorvete de uva.
Ele passou a mão na cabeça e rapidamente emendou:
- Tu já provaste sorvete de chocolate com nozes?
Ela:
- Nunca.
Ele, com os olhinhos sorridentes refeitos, disse:
- Então não sabes o que é estar no céu.
Puxou ela pela mão e foram os dois correndo até a sorveteria.
Lá ele, como um cavalheiro, pediu dois cascões recheados com sorvete de chocolate com nozes.
Ela ainda achou esquisito alguém gostar de algo com aquela cor inssosa.
A aparência não era nada saborosa, no entanto com a vontade com que ele se lambuzava com aquele sorvete, ela sentiu um apetite imenso de também provar.
Abocanhou uma grande quantidade e sorriu para ele.
Ele limpando o canto da boca com uma das mãos disse:
- Eu te disse! É como provar um sublime céu azul.
Ela completou com o coração disparado e com o braço direito entralaçado com o braço esquerdo dele:
- E não dói dentro de mim.
Porque o amor havia lhe tomado pelas mãos. E ela, neste momento, se deixaria levar.

PS: Final de semana chegando!!! :D

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Da série postagens antigas - parte XVII - texto do dia 21/11/2006


* Pequena declaração para a mocinha que fez do coração dele a sua morada * (ou ainda * Para quando ele encostar nas mãos dela*)

Não o censurem, senhores.
Antes o relacionamento amoroso pra ele nada mais era uma reunião de etapas a serem vencidas.
Vivia assim uma coisa opaca, uma situação sem calor, uma vidinha morna.
Usava as normas, se comprometeu com uma aliança de prata em um dos dedos.
Era um carinha assim respeitado (e quase que infeliz).
Era apaixonado pelo amor (pelo sentimento, não por alguém).
O amor fazia dele o prisioneiro, seu refém, seu bode expiatório.
Ele amava a simples idéia de estar amando (e isso parecia lhe bastar).
Então ela chegou com aquela franja nos olhos, aquela voz rouca, aquele jeito tão lindo de andar, aquela forma doce de sussurar, aquelas mãozinhas que o procuravam embaixo do edredon, aquela linda nuca (que só em sonho antes ele conhecera), aquelas risadinhas, aquele cheiro amadeirado, aquela doçura, aqueles beijos, aquele abraço (que parecia lhe proteger dos males do mundo), aquele casaco azul marinho e branco (com o qual ficava mais ela ainda), com aquela adoração pela Penélope Cruz, com aquele vocabulário gigantesco de inglês, com aqueles programas de computador (que ele nada compreendia), com aquela vontade de "pra sempre", com aquela clavícula (moldada por Deus), com aqueles jeitos adoráveis, com aquelas coxas, com aquele silêncio quando encontravam os olhos, com aquele mundo (no qual ele queria urgentemente viver), com aquela vontade de "cavacas" do armazém, com aquela emoção quando ouvia Vitor Ramil.
E então ele resolveu deixar de lado a vontade de estar apaixonado pelo amor.
(e ele agora estava apaixonado por ela).
PS: A tua beleza é algo inenarrável.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008


* Me vieste numa tarde de sábado (e só então fui feliz) *

Queria te dizer, que desde aquele primeiro dia eu venho recriando mentalmente o nosso reencontro. Sobre como escolhi a roupa, a camisa "brancamarelada", as unhas vermelhas ("Desejo") descascadas, o casaco verde. Tudo aquilo para não ser bonita o bastante pra ti. Nem pensei em te abraçar, fiquei fazendo pensamento em outras coisas tortuosas para não te abraçar. E no fim o que eu mais desejava era isso. Disse coisas bobas, bem bobas, lembro. Te falei das mazelas, das preocupações, daquelas dores que secam a garganta e emudecem a alma - quietinha pelos vários tombos. O sol refletiu no verde-amor dos teus olhos e uma lágrima pequenina brotou em mim, e eu fingi que era por causa da luz intensa. Eu fiquei emocionada com o modo que tu enxergavas o mundo. Aquela maneira desde o primeiro segundo em dizer que seria pra sempre. E eu que sempre desejei um amor infinito (e bonito) tinha te encontrado. E me belisquei por baixo da camisa, mas pedi antes que "por-favor-Deus-não-me-acordasse", só então percebi que era coisa selada essa nossa história. Coisa de destino. Fé (daquela imensa). Presente dos céus. Eu ali, apaixonada, tentando consertar esse meu desalinho com atraso, quando notei que não era por minhas vestes que tu estavas interessado.
Foi então que tu finalmente cortaste meu monólogo desvairado com o jeito acolhedor (que eu tanto gosto), dizendo:
- Não te preocupa, amor. Eu também me vesti apenas com o meu coração.
PS: Porque no meu coração tu sempre terás lugar "vip".

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Da série postagens antigas - parte XVI - texto do dia 17/11/2006.


* Enquanto dormem as crianças *

Quis sentir novamente aquela sensação antes do beijo nas escadarias do prédio quando tinha o peito em brasa, a cintura escorria água, a boca que salivava e as mãos que não a deixavam fazer o mínimo movimento.
Não escaparia daquelas mãos que a prendiam.
Ficariam ali até serem expulsos pela noite, pela tristeza dos vizinhos.
Ele então aproximou-se mais e com a língua adocicada tocou a língua dela.
E ela sentiu um pequeno arrepiar que lhe foi tomando conta.
Como se mil fadinhas minúsculas beliscassem todo seu lado direito.
Não aguentou.
Queria ter permanecido imóvel, mas não conseguiu segurar aquela ânsia.
Entregou-lhe a língua, o pescoço, a nuca, a boca, a alma (era das pontas dos dedos dos pés até a mecha cereja do cabelo toda dele).
Ele a tocava com as mãos ansiosas, com as palavras (poesia) que descobrira um pouco antes. Cantou um trecho de uma canção de amor na orelha dela.
Deixou úmida aquela orelha e ela quase não se segurou.
O universo dos dois caberia em dois degraus de escada (e no pra sempre que os aguardava).

terça-feira, 18 de novembro de 2008


* Da lista de sonhos *

Primeiro são confeccionados pequenos barquinhos com o papel que antes embrulhou o "trident de menta verde" e um por um são colocados em cima da mesa do bar, talvez para ainda sonharmos com situações mais grandiosas (as quais, com certeza, ocorrerão com nós dois).
Então tu fazes um barquinho de papel e dentro dele guarda um pedido.
Se tu olhares bem verás ali dentro de cada um as nossas vontades.
Verão "Caio e Sofia" escritos miudinhos mas ainda assim surgidos de um enorme anseio.
Ali estarão também as descrições desses dois anos e um mês juntos.
Juntos mesmo, nesse meio tempo não nos encontraram apenas em seis dias, quando o trabalho fatigante ou o estudo não permitiram, mas no fim da noite ouvimos a voz um do outro e com isso a calmaria voltou a reinar.
As pessoas terminam relacionamentos por um noite apenas, por não terem se encontrado no outro, por capricho, por terem perdido um jeito de sorrir.
Ou ainda pior, seguem presas a relacionamentos vazios, a ditadores que os podam, a sensaçõezinhas poucas. Isso acontece com gente que não ama a si próprio, mas isso é assunto para outro dia.
O nosso relacionamento é recontado todos os dias. É aquela vontade de querer melhorar, de ser alguém mais bonito. É muito bom crescer junto.
É entregar de presente todo o dia um pouco de amor, carinho, respeito, abraços acolhedores para seguir depositando no ser amado. E receber isso tudo de volta.
Eu deveria ter começado o texto dizendo que creio no amor e na força invisível que emana desse sentimento que nos possibilita sonhar.
Amor para quem ainda está aprendendo é contar com o outro, nem que seja para dizer que tudo irá se ajeitar, mesmo às vezes sabendo que isso não será possível.
Amor é fundamentalmente parar de conhecer a tristeza,
e nos braços dela eu sei apenas cantar sobre a felicidade.
PS: Ao meu amor que é doce e faz rima quase perfeita com mel (porque rima perfeita mesmo teu nome faz com o meu).

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Da série postagens antigas - parte XV - texto do dia 16/11/2006.


* Para a minha querida "Tangerine" *

Não que tu sejas a salvação para uma vida antes parada, antes morna, antes triste, antes sossegada, empoeirada, bolorenta e sem graça.
Mas quando tu chegaste, o mundo ganhou um tom que eu não poderia descrever.
Fizeste dos dias, os dias mais ensolarados que já vivi.
Fizeste de um simples cigarro de chocolate, o melhor aroma que já senti.
Fizeste das minhas mãos tristes, felicidade.
Fizeste da minha boca, um coração rosado que pulsa em teu lado esquerdo.
Fizeste da quarta-feira de cinzas, um desfile eterno da Portela.
Quando chegaste, te reconheci.
O meu coração adormecido há anos acordou novamente pra esse amor.
Quando apareceste naquele dia em tons de verde, eu sabia que não mais poderia estar longe de ti.
"Só essa lembrança, me deixe essa ao menos".
E quando passamos pelas ruas e falas sobre daqui a dez anos.
Minha garganta dói.
A vontade de te abraçar me invade.
As lágrimas ficam presas nos meus olhos castanhos (porque pra ti querida, meus olhos apenas sorrirão).
Eu era um "Joel" sem Mountak para sonhar.
E agora que te tenho, Clementine (do cabelo claro), minha busca chegou ao fim.

PS: " " = Nomes, lugar e frase retirada do filme "Brilho eterno de uma mente sem lembranças".PS II: De hoje mesmo: 13/11/2008 >>> Dia treze para comemorarmos novamente.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008


* Somos o amor *

Permitiu-se.
Pela terceira vez consentiu que lhe adentrassem realmente o coração (já repleto de teia de aranha, pó, quietude), mas não como nas outras vezes que levaram com eles seu jeito mais manso de sorrir, seu jeitinho à toa de fechar as duas mãos em concha e agradecer aos céus pela maravilhosa fatia de torta recheada de ovos moles que tinha à sua frente.
Naquela terceira vez ao invés de palavras ríspidas, sentimentos poucos, angústias constantes lhe deram paz, confete colorido, caixinhas forradas de papel crepom (para que guardasse seus sonhos todos), campos amarelados (abarrotados de girassóis dourados), bom sentimento em tua sua infinitude (o oito deitado!!!).
E respeito, meus caros.
E um sachê de coragem para ela emergir naquele chá de vidinha pouca que antes levava.
Dessa vez soube que seria para sempre, porque ele a amava desde o dia cedinho com um hálito um tanto dorminhoco até tarde da noite quando estava bêbada de sono e não conseguia mais manter pensamentos lineares.
E ela que sem dúvida nenhuma sabe falar de amor como ninguém ficou surpresa pois na terceira vez, senhores, soube realmente o que era viver de amor (do amor de verdade).

PS: Torcendo por sexta, amor. :D

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

* Da série postagens antigas - parte XIV - texto do dia 13/11/2006.


* Dia 13 - parte II * (ou ainda *Sobre o amor eterno*)

O amor não tem hora.
Me disseram isso.
Me cantaram isso.
Fizeram até mesmo plágio disso.
O amor aparece numa esquina deserta,
numa tarde ensolarada,
num cemitério adormecido,
numa rua cheia,
numa formatura de Economia,
numa foto que te é apresentada,
num sorriso metálico.
O amor nos encontra em lugares improváveis.
Só sei que eu estava lá quando tu abriste a porta.
Tu falas nas borboletas que te consumiram e eu falo de um amor bonito assim que eu tive (quando ainda era menina) e que consumiu meu peito.
O amor naquele dia nos escolheu.
E eu chego a acreditar que já te conhecia antes.
Porque sei um pouco dos teus gostos,
das tuas vontades,
das tuas manias
(queridas manias como fazer um "quê" com as sobrancelhas quando quer um beijo).
Sei um pouco de ti.
Mas ainda quero saber muito mais.
(e que eu tenha bastante tempo pra isso).
Sofia e Caio.
Caio e Sofia serão felizes.
(e eu acredito que nós dois ainda mais).

quarta-feira, 5 de novembro de 2008


* Sobre tudo que és *

És a minha vontade de lutar (e uma horinhas dessas vencer).
És pérolas e pétalas de flor.
És a moça escolhida.
És Paris.
És a minha promessa para a eternidade (e ainda para as outras vidas em que Deus seja bacana e possibilite nosso reencontro).
És o meu recomeço.
És pão-de-queijo com café expresso nos encontros rápidos das segundas e quartas.
És a sexta-sábado-e-domingo intermináveis de nós dois.
És os "PS" todos enroladinhos com uns euteamomeuamor bem açucarados.
És cântico de passarinhos.
És a minha tentativa de entrar nos eixos.
És o enlace do meu espírito (sou teu gominho de laranja e tu és a minha metade).
És o silêncio do outro lado da linha quando me calo aqui (porque de vez em quando dói um tanto saber que vai demorar um pouco mais para tu usares grinalda e eu os sonhos coloridos).
És a primeira brisa que faz espalhar as flores de ipês por uma Porto Alegre quietinha, tristonha e sonolenta.
És piruetas, preguiças, abraços na cama durante a manhã.
És o meu bom dia preferido.
És o melhor de mim.
E és principalmente sobre tudo isso de bonito que escrevo e que em certos momentos esqueço de dizer.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008


Da série postagens antigas - parte XIII - texto do dia 10/11/2006.



* Para o final do dia *

Eu queria agora sentar ao teu lado.
Repousaria minha mão esquerda sobre a tua perna direita (e seria feliz).
Falaria sobre os sonhos bons
(sonhos de rosas vermelhas e toques de canela que nem num momento triste desapareceriam).
Te contornaria o lábio com minhas vontades (não mais adormecidas).
Te teria inteira, ao meu lado se eu agora estivesse sentado ao teu lado.
Quando te beijo, creio em Deus.
Creio nos campos de girassóis perfumados.
Creio no pra sempre.
Creio em dias ensolarados e em toda a purpurina existente para colorir uma tatuagem que ainda não tenho
(e é teu nome que levo no coração).

quarta-feira, 29 de outubro de 2008


* Da conclusão *

Querida, eu bem sei que num mundo de coisas transitórias quase tudo que encontramos têm como limite a austera finitude.
Infelizmente o feijão não durará até o último dia do mês.
As andorinhas irão embora quando o verão findar.
Joana D´Arc a heroína acabará sendo considerada uma hora ou outra louca.
A infância de Sofia perdurará tempo necessário para que ela conheça o filho do vizinho do sétimo andar e se apaixone.
Deus um dia nota essa parca vontade, esperança e se cansa de todos nós.
As borboletas, não aquelas confeccionadas de asas de papel crepom e imaginação, duram apenas 24 horas.
O silêncio poético, reconfortador que mora no casebre abandonado terá seu fim quando invadido por vozes ríspidas, interesseiras, vazias, dominadoras que desejam em seu lugar grandes "espigões" para futuros lucros.
A alegria das bocas-de-leão no jardim terminará com os raios mornos sendo levados pelo pôr-do-sol.
A barriga parará de doer depois de rires daquela piada que eu já contei cerca de quarenta e sete vezes para ti.
O braço esquerdo de Eleonora não roçará no braço direito de Ângelo, e ela chorará durante três anos pela falta dele e por mais que ela queira encontrá-lo no final do dia na cama quente só conseguirá tocar com as pontas dos dedos a ausência dele.
O pó de café extraforte acabou mais cedo essa semana, fomos até o mercado e constatamos um preço exorbitante, não haverá como comprarmos mais, então usaremos nescafé e "bateremosbateremosbateremos" até sentirmos um gostinho talvez bem pouco do expresso que estamos habituados.
E até o poço, que o menininho julgava ser infinito, descobrimos ter um fim quando retiraram de lá aquela boneca de pano com olhos de botões esverdeados.
A última linha do roteiro do filme de amor foi escrita e não descreveram o beijo dos dois personagens que passaram a história toda se amando. Ficou o fim selado com um baixinho e triste: "Até logo, garota".
Mas apesar disso tudo, eu peço que por favor entendas logo, o meu amor por ti é "ad eternum".
PSI: Eu sei que a recíproca é verdadeira. :D
PSII: Adorarei morar contigo no final de semana. :D

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Da série postagens antigas - parte XII - texto do dia 09/11/2006


* Das possibilidades - parte III *

Amor,
cura minhas cicatrizes,
segura minhas mãos,
despe-me dos pudores,
abre os botões da camisa branca e velha,
me salva de um mundo "marasmento",
tenha-me sempre que quiseres,
usa-me como tua fragrância predileta,
conte-me tuas histórias,
dance comigo nos finais dos bailes,
desata os nós que me contornam,
deixa que teus olhos transbordem quando assim quiserem,
recorta velhas fotos,
desmancha elos desnecessários,
canta as músicas que me fazem feliz
(e as letras que me deixam sem reação),
suspira,
dorme comigo até tarde,
esquece das contas pra pagar (só hoje),
come cheessecake com calda de amora (deixa eu ser a tua calda quente de amora),
escreve a poesia perfeita pro dia que foi "o" dia,
viaja pra longe (mas volta),
aperta seu peito contra o meu,
deixa que a sua franja caia no meu rosto,
deixa que meu cabelo escuro acaricie tuas costas,
permite que eu entre no seu mundo (que eu viole as tuas normas),
sorria (quando assim for a tua vontade),
deita no meu ombro (quando quiseres esquecer),
faz o que quiser (sempre que quiseres),
só não me priva de você.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008


* Sobre as coisas em comum *

Madeleynni, por obra de sua mãe.
Não compreendia as excentricidades de sua mãe, tampouco esse nome esdrúxulo que lhe havia ofertado.
Ninguém sabia mais que ela como era difícil carregar um nome com uma grafia tão esquisita. Sentia-se a última das moças. Queria ter um nome desses acolhedores. Maria, Joana, Beatriz, mas Madeleynni não lhe reconfortaria.
Deve ser por isso que quando viu Francisco pela primeira vez teve certeza que se pra nomes sonoros não havia nascido, para o amor sim.
Conheceu Francisco na frente do supermercado.
Não foi dentro do super, perto do caixa, na fila do pão, procurando esmalte cor "Morangos Silvestres" para as unhas bem cuidadas. Foi fora do estabelecimento que sentiu uma pontinha de frescor no estômago quando o viu.
Era uma sensação diferente que lhe a preenchia. Madeleynni sentia como se tivesse bebido três ou quatro enxaguantes bucais e só assim explicaria aquela sensação. Estava tomada pelo amor e ainda não compreendia.
Francisco estava parado, terminando o cigarro. Ela sentiu um aroma de menta, mas menta defumada. Guiada pelo cheiro adocicado olhou para o lado antes de comprar os ingredientes para o fricassê que faria.
Acabou encontrando com os dois grandes olhos castanhos o final do "Sampoerna" sendo degustado pelo cara de sua vida.
Pensou em dizer algo inteligente, mas acabou saindo:
- Moço, tu sabias que cada cigarro corresponde a 11 minutos a menos de vida?
(e ainda pensou antes de qualquer aceno dele que era uma burra, ai que idiota. I-di-o-ta!!! Tinha que acabar solteira, solitária, velhinha blasfemando falsos amores num asilo cheirando a mofo. Com um nome daqueles não poderia esperar mais que isso. Que raiva!!! Ai, Madeleynni tu não aprendes).
Francisco, que ela ainda não sabia se chamar assim, com a elegância que lhe era intrínseca, cordialmente respondeu:
- Tomara que não corresponda esse tempo aos minutos finais de uma partida do Grêmio. Isso seria uma tremenda sacanagem divina.
(disse rindo).
Madeleynni voltou a abrir o sorriso. Um gremista. Um cara bonito como ele, bem humorado como já havia notado e torcia pelo tricolor gaúcho. O que mais ela queria? Já se imaginando ao pé do altar ao lado daquele moço atraente, ela prosseguiu.
- É ótimo estar em primeiro no campeonato brasileiro, não?
Francisco ficou mais empolgado e foi logo perguntando:
- Tu viste aquela do Stevie Wonder com a camiseta do Grêmio e uma frase abaixo: "Não vejo nada a minha frente"?
Gargalhada comprida e ela disse:
- Muuuuuuuuito boa. Não vi ainda não. Mas já morri de rir só imaginando.
Ele se acalmou um pouco, retirou um bloco de dentro da pasta e questionou Madelleyni:
- Por favor, me diz qual é teu e-mail e eu poderei te mandar.
Ela coçou a nuca levemente e respondeu:
- Bom, antes tu precisar saber que me chamo Madeleynni. Com um "Y" e dois "N". Coisas de mãe.
Ele como sempre gentil rebateu:
- Bom, eu me chamo Francisco. Mas os íntimos me chamam de Chico. Posso te chamar de Made?
Madeleynni não se aguentou:
- É esse. É esse meu apelido. E o meu e-mail é made81gremista@hotmail.com
Ele anotou e após prosseguiu:
- Tens 27 anos também! Em que mês fazes aniversário?
- Maio. Primeiro dia de gêmeos e tu?
- Eu faço em setembro. Libriano. Mas tu estás bem para 27. Nem parece. Coroa enxuta!!!
Riram os dois juntos. Entretanto ela estava com pressa. Deu um beijo entre o lábio e a bochecha esquerda dele e ainda disse:
- Aguardo o Stevie, hein???
E saiu correndo.
Ele ficou ali parado, tentando se acordar de um sonho tão bom quanto àquele.
No outro dia, quando Made se acordou foi direto pro computador, abriu sua caixa de entrada e leu e releu o e-mail já irremediavelmente apaixonada:

De: Francisco D. (chico81gremistao@hotmail.com)
Assunto: O prometido!!!
Enviada: quinta-feira, 7 de agosto de 2008 20:19:08.
Coincidência, não?
Sim, meu par de olhos amam olhar os teus.
E eu não páro de pensar em ti.
Beijo.

PS: Parte do nosso primeiro e-mail trocado transcrito.
PSII: E acho que nós dois ainda sofremos do mesmo mal. Não conseguimos parar de pensar um no outro. Te amo!!!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Da série postagens antigas - parte XI - texto do dia 06/11/2006


* Na cafeteria *

Sobre a mesa, uma pasta, uma bolsa, um guarda-chuva preto (e um céu que não queria chover), adoçante, açúcar (esqueceste de pedir o mascavo), sorrisos largos, uma bandeja "suicida", uma fatia gigantesca de torta (que tu juraste que não comeria inteira), um café com leite, um expresso duplo, pequenos goles, grandes planos.E quatro mãos que matavam a saudade.
- Um dia, casa comigo?
- Caso.

PS: Porque de vez em quando a poesia não está nas linhas, entrelinhas, reticências, letras do Djavan, na voz da Marisa. De vez em quando a poesia habita dois corações. E apenas dois corações sabem do que são capazes.

PS do dia de hoje: E venho casando contigo todos os dias da minha vida. : )

segunda-feira, 20 de outubro de 2008


* Do verbo amar *

É que eu andava sozinho com roupas sufocantes, gravata apertada, meias monocolores, paletó opaco.
E foi aí que eu te vi, meninas das cores bonitas.
E tu me sorriste primeiramente com a elegância a qual usam aqueles que nos cumprimentam numa rua qualquer onde há uma miscelânea de rostos, vestes e solidões.
Eu até cogitei ficar lastimoso pensando que nada entre nós dois se realizaria, mas antes disso tu me olhaste uma segunda vez, descerrando dessa vez um sorriso daquele jeito que só as pessoas que encontram o amor conhecem e fazem. E eu petrificado te correspondi.
Tu quiseste me falar como se soletravam teus dois sobrenomes rebuscados de origem européia.
Eu quis confessar-te que apesar de ser um tanto brega que eu adorava musicais e queria ver "My fair lady" contigo, entretanto naquele dia fomos interrompidos e a vontade de te ter para mim ficou perdurando, ecoando no meu peito.
Quando eu me permiti te amar, sentei-me num banco de concreto de uma praça, embaixo de um sol morno que deixou meus dois olhos castanhos apertados, com uma folha caderno e uma caneta "bic preta" fiz uma carta para ti.
Lembro-me da primeira frase:
"Tu não és uma moça como as outras e por isso que eu me apaixonei por ti".
Mas achei meio direto demais e como tu bem sabes vivo em meio de perífrases e poesia. Achei então mais convincente caminhar sete quadras e meia que nos distanciavam, te entregar gérberas amarelas (os "girassóis disfarçados"), abraçar teus braços pálidos acolhedores e deixar de ser um cara desalentado.
Desde aquele setembro comecei a sentir uma alegria do nada, uma vontade constante de esboçar um semblante sorridente.
Eu passei a ter certeza que alguma coisa mudava dentro de mim.
Alguma coisa acontecia com o meu músculo avermelhado ( e a responsável, meu amor, és tu).
Então fui correndo até o espelho e lá vi a silhueta de um homem (agora) completo.

PS: Para ti, que és pedaço de mim. : )

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Da série: postagens antigas - parte X - texto do dia 05/11/2008.


* Brincando de casinha *

Se eu pudesse te daria todos os meus sorrisos,
todos os meus sonhos esquecidos,
todos os meus beijos rápidos
e também os beijos longos.
Se eu realmente pudesse te entregaria o meu coração,
todos meus devaneios,
todos os segredos,
o mapa da minha alma,
a receita favorita de omelete.
Te ofertaria os carinhos todos aos teus braços brancos,
os abraços demorados,
os suspiros,
os meus bons modos,
minha malícia,
minha colcha de retalhos,
te faria cachoeiras.
Te faria minha (só minha).
Se eu pudesse te colocaria no meu colo...
te deixaria confortável junto ao meu corpo
(e te faria pra sempre feliz).

segunda-feira, 13 de outubro de 2008


* Dos setecentos e trinta dias de poesia *

Devo dizer que não foi por acaso.
Que foi o destino o responsável disso tudo.
Devo dizer que não foram as asas de borboletas.
Nem os murmúrios dos passarinhos.
Nem os pés de ipês que ficam sorrindo para nós dois no mês de setembro.
Tampouco o campo de girassóis lá de Encruzilhada do Sul.
Nem meus dedinhos cruzados embaixo da mesa quando decidi lutar por nós.
Foste tu quem trouxesse aos meus dias a ternura, a candura que um dia assim molequinho desatento eu havia perdido.
Tu seguraste as minhas mãos e a covardia inquilina do meu peito saiu correndo, fugiu e nunca mais voltou.
Minha alma agora é partida em dois, metade habita em mim, metade habita em ti.
Foste tu, menina dos olhos de eterna primavera, que me disse que amor é doce-de-leite lambuzado em uma grande fatia de cuca. E desde então eu tenho optado a viver o lado doce de um mundo um tanto amargo.
Parece que foi ontem mesmo que fizemos dois meses e tu falaste que estávamos já predestinados. Agora com dois anos, te digo querida, nossas próximas vidas já estão previamente entrelaçadas.
Eu deveria ter-lhe dito antes de tudo começar: sou um homem triste.
Mas hoje ao teu lado, apenas sei sorrir. Sou reservado ao amor.
Contigo quero ser feliz (antes de mais nada).

PS: Dois posts pra comemorar um amor bonito como o nosso. : )
Da série: postagens antigas - parte IX - texto do dia 01/11/2008.


* A promessa *

Se o meu coração pudesse falar, querida.
Se o meu coração ousasse ter voz, ele diria teu nome.
Falaria das vezes em que te encontra do outro lado da rua e gostaria de poder ser mais breve que todos aqueles carros importados, feios e frios que atravessam a Mostardeiro.
Quando tu pousas tua mão direita na testa evitando o forte sol pra que possa enxergar melhor a sinaleira ficando ainda mais bonita
(e se tu soubesse da ansiedade que sou tomado nesse momento).
Meu coração diria das horas em que perco tentando reconstruir mentalmente o tom exato do teu perfume, do cheiro da tua pele, do gosto do teu lábio inferior, do teu abraço acolhedor, da textura da tua camisola verde clara, das tuas mãos que dançam com as minhas um tango doidivanas.
O meu músculo escarlate falaria da saudade que sente quando tu olhas pela segunda vez pra trás para dar um último adeus (e eu sempre fico ali arrebatado, doente de amor orando pra que tu possas ficar mais cinco minutos).
Se a minha poesia, se a minha alma, se meu canto desafinado, se meus dedos, se meus castanhos olhos pudessem te ofertar uma parte apenas da felicidade com a qual me acomoda... te tomaria no final da tarde, te prenderia em meus braços e nunca mais te deixaria.

PS: Dois anos em que eu sei apenas o que é o amor. : )

quarta-feira, 8 de outubro de 2008


* Pra quando nossa hora chegar *

Estava com a roupa toda amassada na esquina do bazar esperando o bonde passar.
Todas as suas quartas-feiras eram assim. Duas horas e trinta e quatro minutos ao lado dele e seu vestido florido coitado é quem pagava o pato, ficava todo amarrotado, mas ela nem conseguia pensar nisso. Aliás, trazia no semblante algo novo. Um sorriso feito de pequenas estrelas.
Deveria ter dito a ele que seu nariz fungava um tanto só de ter um pensamento onde ele estivesse presente. E que seus olhos queriam fazer correntezas.
Também queria ter dito que adorou a echarpe que ele havia lhe dado de presente. Queria ter dito que achou bonito ele ter se preocupado em saber qual era a cor da echarpe quando entregou a ela repetindo por três vezes:
-É coral, viu? Coral. Deve ser coral porque tem a tonalidade daquilo que os peixinhos do mar fazem de morada.
Ela nem se preocupava quase em ter que chegar em casa uma hora daquelas.
Em ter que segurar aqueles pacotes do supermercado abarrotados de compras pra sua mãe.
Muito menos de sacolejar dentro daquele bonde por quarenta e sete minutos.
Aqueles momentos vividos ao lado dele foram luz, pozinho de purpurina, alimento para alma de uma menina-antes-sozinha que hoje era par de alguém. Par do moço mais gentil do mundo.
Até chegava a crer que havia nascido pra viver aquele "conto de fadas".
(Deus os havia feito numa mesma fôrma, mas como ele demorou um tanto mais para secar por causa da umidade das nuvens cinzentas, ela desceu um pouquinho antes - com aquela pressa que lhe era inerente).
Ao lado dele seria eternamente aquele primeiro mês de setembro sob o sol do Gasômetro.
Transbordavam de sonhos, mesmo que ainda separados por algumas ruas de Porto Alegre, sabiam que desde sempre estavam destinados um ao outro.
PS: Amor. Amor. E ainda amor.