segunda-feira, 30 de junho de 2008


* Da promessa - parte IV *

Eu me comprometeria a contar quantas são as bolinhas negras habitantes das costas da joaninha "ruborizada" que adentrou a janela do meu quarto neste instante se tu prometesses viver esse sonho (vida) e os próximos ao meu lado.



PS: É, eu amo morar dentro do teu coração. : )

quinta-feira, 26 de junho de 2008


* Daquela primeira vez - para ti. *

Era mais ou menos assim:
andava por aquelas ruas tristonhas (tinha aquele hábito idiota de andar em lugares que o deprimiam ainda mais). Gostava de sentir-se o cara mais infeliz do mundo. Preferia acreditar que seria cotidianamente sacaneado pelos outros. E assim o era. De repente fazia dessa e de outras (vãs) tentativas, para que realmente o enxergassem. Mas nem assim. Era praticamente invisível. Sem cor alguma. Sem pele, flores, unhas, canções nenhumas. Era só. Desfalecido, tinha aquela velha maneira de tentar aparentar ser um coitado (e não sabia que já havia se transformado nisso). Devorava todos os clichês de amor que ofereciam em seu trajeto e nem assim sabia sorrir.
... e não soube o que pensar quando a viu (linda) de saia vermelha rodada naquele fim de noite. Sentiu sentimentos o povoarem. Recortes, esboços sobre a felicidade que apenas tinha ouvido falar. Amor, paixão, um ardor febril que lhe cobria as covinhas reveladas no canto do lábio.
Quando fizeram as devidas apresentações ficou sem saber bem o que dizer. Mas colocou aquele sorriso guardado que nunca havia ousado usar. E munido com os dentes, um elegantismo (antes inexistente) e toda aquela fervura que circundava o seu corpo finalmente disse "oi" e lhe deu um beijo no rosto.
(e foi assim que a pediu em casamento).

PS: e ficarei pedindo a tua mão pela eternidade. ; )


quarta-feira, 18 de junho de 2008

* Depois de ti *

Os pássaros de porcelana perderam o olhar opaco e alçaram vôos espetaculares riscando o céu do meu bairro,
...os soldadinhos de chumbo ganharam movimentos mais leves e tiraram as bailarinas vestidas com tulê rosa e delicadezas para dançar,
...as marionetes arrebentaram os fios que lhes prendiam a um mundo repetitivo, monótono e criaram grandes monólogos onde falavam sobre a descoberta do amor,
...os porta-retratos empoeirados libertaram as fotos e todo aquele sorriso antes aprisionado saiu por aí fazendo feliz toda a gente,
...a maçaneta enferrujada da porta do sótão do castelo se abriu e a princesa foi finalmente liberta, não precisou esperar o príncipe para se transformar em conto de fadas, tornou-se heroína que povoa os ideais das meninotas,
...o caderno com linhas vazias preencheu-se com letras e canções da história de nós dois...
o espelho parou de refletir aquela mulher irritadiça que só esbravejava contra a felicidade e passou a mostrar uma moça serena e esperançosa,
...o leite da xícara cansou de ser tão ralo, tão insosso pediu em casamento o açucareiro mais adocicado da mesa e o par tornou-se leite condensado fazendo com que as crianças moradoras da casa dessem pulos altos de alegria.
Quando os meus lábios se apaixonaram pelos teus o mundo passou a ter sentido.

terça-feira, 17 de junho de 2008


* Da declaração bem curtinha * (ou * Sobre as tonalidades bonitas ao teu lado * ou ainda *Das combinações*)
Se azul fosse eternidade,
e rosa fosse amor...
te desejaria o meu músculo pulsante lilás (que só palpita por ti).

PS: Saudade. ; )

segunda-feira, 16 de junho de 2008


* Do agradecimento - parte IV *

Confio em ti.
Confio em nós dois.
Se quando tu tivesses nascido resolvessem te dar o nome de Luísa eu ainda assim te amaria.
Serias a minha Luísa,
Beatriz,
Carolina... ou qualquer nome dessas musas de canções conhecidas que ainda pudessem escolher.
Mas nasceste com esse nome tão lindo. E apenas com ele sei rimar (só palavras graciosas rimarão contigo). Então:
céu,
carrossel,
dossel,
fiel,
mel.
E eu nem sei enumerar sobre o que ainda posso agradecer.
Nem bem acordo e te vejo ao meu lado e agradeço a Deus. Justo eu, um cara antes cético. E eu que desconfiava da presença dele, hoje sou um moço grato. Te encontrar foi uma das maiores certezas que sim, há planos grandiosos para mim. E o universo conspira ao meu favor.
Porque tu és metade de mim. E mesmo que isso soe sem graça, feio... tu és a minha muleta. E eu serei para sempre a tua.
Tu tornas sempre a me surpreender e eu juro, quando tiver grana, seremos nós dois.
Teremos a tua cozinha americana e o meu cachorro bobalhão.
Porque nem sempre o amor é só poesia, também pode ser o amor antídoto para a mesmice, para obstáculos, para dias ruins.
Ao teu lado tenho coragem, cumplicidade, apoio. É isso.
Obrigado por me ensinares a amar bonito.
PS: Ainda bem que eu não falei sobre o apelido de Fafi. ; )

quarta-feira, 11 de junho de 2008


* Do lacinho de fita enrolado no dedo indicador da mão direita *

Dá para esquecer de comprar a cenoura para fazer o delicioso suflê que serviremos mais tarde no jantar.
Dá para esquecer de encher o açucareiro com "areia doce".
De pentear o cabelo depois do vendaval gélido (desses que adoram circular nessa época em Porto Alegre).
De pagar a mensalidade da academia.
De agradecer a gentileza do senhorzinho que te concede a passagem nas ruas abarrotadas de gente.
De pintar o cabelo de escarlate (e agora também de roxinho - em tua homenagem).
De fazer pose para foto.
De trazer aquela blusa para usar naquele lugar legal que sairemos logo mais.
De comemorar Bodas de Algodão (Doce) porque a vida anda um tanto corrida.
De ler aquele verso do Mário Quintana para ela e dizer: "Olha, é bem isso que eu sinto ao teu lado".
De pular amarelinha, de usar colar de pedrinhas coloridas descascadas, de brincar de ser criança.
Do batom cor rubi com o qual quero escrever teu nome nas paredes do meu quarto.
Dessa gente chata que só fica importunando, que te mata pouco a pouco em pensamentos, essa gente que é triste e quer ver o mundo em tons acinzentados, que possui alma pequena.
De ser flor as horas todas (ninguém consegue ser apenas coisas bonitas o tempo inteiro).
De contar o dinheiro para os ladrinhos lilases que ainda faltam para decorar a tua futura casa.
Desse pessoal que usa frases tuas e sentimentos teus (abraços apertados e sorrisos largos ganharão o verdadeiro significado quando usadas por aqueles que verdadeiramente conhecem o amor).
De dançar juntinho escondidos no sótão.
De pegar uma folha em branco e listar as qualidades que tu amas nela.
De comprar vinho tinto para nos esquentarmos mais tarde.
Só não dá para esquecer o quanto te amo.

PS: Dia dos "amorasamoresparasempreamados" chegando. : )

quarta-feira, 4 de junho de 2008

* Sobre notas de rodapé *

O dia em que ele finalmente tomar coragem e escrever um livro sobre o amor (o amor que apesar de ser uma palavra pequena, para eles dois é o elo maior do mundo), num dos primeiros capítulos estará escrito o nome dela, em letras grandes, disformes, b e m a f a s t a d a s uma da outra, se puder ainda em negrito, em neon, em luzes tão fortes como as emitidas pelos peixinhos abissais e haverá uma remessa a uma nota de rodapé e logo lá embaixo vocês enxergarão:
_________

³ Ela, amor, a pessoa que povoa os meus sonhos mais bonitos, designa a minha metade, voltada a viver essa e as próximas vidas ao meu lado, disposta a ser feliz comigo eternamente (ELE, 2006).


PS: Porque ao teu lado, até dias "assim-assim" como o de hoje são bacanas. : )

segunda-feira, 2 de junho de 2008


* Sobre lições amorosas aprendidas numa aula de artes *

E o menino correu pra casa depois da aula, tentando chegar o mais rápido possível, disposto a fazer o que tinha determinado a si próprio na escola, quando a professora de Artes explicou mais que a respeito de desenhos, colagens e criatividade.
Ficou sozinho em seu quarto a tarde inteira trancafiado... fazendo com que folhas de papéis ganhassem fins mais poéticos.
Só saiu de lá quando o sol finalmente despedia-se do céu e descendo a escada velozmente mostrou para a sua mãe, dizendo:
- Mãe, olha o que a tia ensinou lá na escola. É uma dobradura. Isso é uma ave do paraíso.
A mãe observou a pequena criatura feita de dobradura em tom lilás desbotado nas mãos de seu filho ruivo e falou:
- Tu és um verdadeiro artista, querido.
O menino então olhou mais uma vez o passarinho pousado em sua mão direita e disse:
- Preciso de mais folhas, mãe. Ainda faltam 999.
A mãe alardeada procrastinou:
- Mas a tua professora está passando dos limites.
O menino então tentou tranqüilizar a mãe:
- Não, mãe. Não foi a profe. Ela apenas explicou que depois de 1.000 pássaros feitos, conta a lenda que alcançamos um desejo.
A mãe, mais calma, afirmou:
- Filho, não precisas torturar teus dedinhos com isso tudo.
E o rapazinho obstinado e inconformado respondeu:
- Não dá mãe. Eu tenho pressa de ficar com a minha menina loira.
A mãe calou-se.
O amor, ela sabia, não tem hora certa para começar.

PS: Faltam mais 1.000 pra morarmos juntos. : )