terça-feira, 29 de dezembro de 2009


* Do oito deitado – parte VII *

Estava tudo bem atribulado, corrido, mas aí no meio do expediente, resolvi escrever para ti um poeminha.
Nada assim que seja capaz de desmanchar um coração gélido de uma senhorinha que nunca acreditou no amor,
ou de mudar rumos, de mudar a trajetória de uma pipa multicolorida riscando num "céu-fim-de-tarde-púrpura".
Mas um poeminha capaz de fazer com que tu saibas o quanto acredito no mundo, no amor, nas pessoas, pelo simples fato de tu estares aqui (ao meu lado).
E devo dizer que ontem quase morri do coração quando tu desapareceste.
Imaginei o infortúnio que correria pelas minhas veinhas pelo resto dos dias.
Me senti desconsolado com o telefonema de tua mãe e tentava desesperadamente reconstruir mentalmente todos os passos que tu havias dado até chegar na beira do rio.
Melodramático como bem sou, te imaginei sendo devorado pelas ondas do lago mal cheiroso, afundando. E o mais triste, sem eu ter cumprido a minha principal promessa.
E eu fiquei lá pensando: “Deus, faça que ela volte!”.
Bem, e Deus sabe bem o que faz.
E tu, sendo uma menina-princesa não mereceria um fim desbotado como esse.
Aliás, se um dia vier o “The End”, tu merecerias um com luzes neon piscantes que diriam: “Aqui jaz a princesinha do castelo de sonhos do menino ruivo”.
Não gosto de falar sobre finais.
Então retorno para os inícios. Começos. E recomeços.
Nosso verdadeiro encontro aconteceu na terceira ou quarta vez que nos avistamos.
Gosto como tu defines.
Aconteceu um “click” dentro de ti, e tu me procuraste.
Eu devo dizer que comigo foi um tanto diferente.
Dentro de mim ocorreu uma avalanche de sensações. Meus lábios começaram a ensaiar só o teu nome. Teu nome que rima com mel, céu, dossel, carrossel... teu nome que rima apenas com coisas realmente bonitas.
Era como se antes eu estivesse preso em um calabouço pequeno, estreito, claustrofóbico. Antes de te conhecer, era como se eu estivesse numa peça teatral, onde eu era o menino que carrega as calêndulas alaranjadas, desamparadas numa cesta. Um personagem adorável, mas ainda assim um mero figurante.
Gosto de saber que contigo eu posso ser o galã principal do filme, gosto de saber que quando começar a chuva “cenográfica” terei a ti para ensaiar desajeitados passos de dança numa imensidão azul.
Que serei eu quem secará as gotículas que ainda restarão no teu ombro após as filmagens.
Vale ainda dizer, desde que entraste na minha vida, meu coração pulsa cada vez que ouve o teu.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009


* Ensaio sobre o amor, sobre nós dois *
Eu bem sei que a tua vida agora está meio corrida, assim como a minha, mas não posso deixar de te lembrar o quanto te amo.
Eu também sei que a maioria das pessoas se perdem em momentos assim.
Entretanto nós dois, querida, sempre nos encontramos.
Porque há de sempre ocorrer um carinho telepático,
um e-mail de "euteamoprasempreecadavezmaisamordaminhavida",
um sorriso,
um gesto,
um beijo roubado...
para nos salvar.
Escritos em cartas dentro de caixas douradas. Ficam lá guardados os hinos que cantam o nosso amor.
És a moça da minha vida.
Sou o moço que te fará feliz (prometo...).
Porque amor também é ser companheiro.
E, às vezes, alguns esquecem disso.
O amor é cultivado em todos os momentos.
Intangível é o amor que os outros querem. Com perfeccionismo, exibicionismo, posses, ranhaduras da dura realidade.
Possível é esse amor, o mais bonito de todos, que nos une... que é o lugar mais quente e doce do mundo inteiro.
Enquanto a maioria das pessoas se perdem,
eu sempre acabo te encontrando dentro do meu coração.
PS: Amanhã!!! Sim, sim... veremos a querida Bella e o brilho poético do Edward!!!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Da série postagens antigas - parte XXXVIII - texto do dia 08/03/2007.

* Dos 150 dias *

Cinco anjos unidos pelas pequenas mãos brancas brincando de ciranda no pátio dos fundos da casa de Deus.
Cinco riscos que formam uma carinha sorridente no canto esquerdo do caderno da menina que usa laço de tule no cabelo ruivo.
Cinco chicletes de canela.
Cinco dedinhos do pé da Natasha.
Cinco fios do "topete" vermelho do Pedro.
Cinco lambidas rápidas (e avassaladoras) na nuca dela.
Cinco trufas da Tcha Miriam para uma tarde triste.
Cinco colheres de achocolatado, uma lata de leite condensado e uma colher de manteiga para o doce perfeito.
Cinco pitadas de beijos (lascivos).
Mais cinco de beijos (ainda mais lascivos).
Cinco tatuagens espalhadas pelo corpo dela.
Cinco sorrisos multiplicados por mil cada vez que ele vislumbra ela do outro lado da rua.
Cinco certezas. Ela nasceu para ti, Deus é um cara realmente bacana, vocês dois serão felizes juntos, os olhos de Sofia e os de Caio serão como os dela, esse sentimento é para sempre.
Cinco tentativas anteriores um tanto frustradas.
Cinco canetas coloridas que escreveram "Te amo" e animaram o pano escuro.
Cinco canções para nós.
Cinco e a certeza do amor.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009


* Meu coração – que é feito do mesmo tecido que é bordado o teu *

Adoro ler “céu” escrito no final da amarelinha com um giz azul mas tão azul que parece ser até invenção da minha cabeça. E sei que poderão até pensar: “Coisa bobinha essa”. Coisa minha, eu pensarei.
Uma mocinha metida ou um cara amargurado qualquer poderá tentar roubar as tuas frases prediletas do Caio, mas tu saberás que o Caio escreveu elas pra nós dois (que nos amamos puramente). E ponto final. Aquela sobre “almas especiais que se reconhecem”, bem como aquela “memória congestionada e coração com marcas e ocupar lugares bonitos” são valsinhas para embalarem os sonhos feitos de pão-de-ló e doçura que nós dois, juntos, temos.
O ipê repleto de flores roxas também. Deus desenhou aqueles ipês todos na Redenção para nós. E acreditem, apesar do trabalho todo, no final da labuta, ainda pensou: “Para aqueles dois só coisas que nos fazem acreditar que o amor, enfim, é possível”. As flores do ipê, as ruas de Porto Alegre, os tapetes roxos, são nossos.
E essa vontade absurda de tentar fazer o melhor, de ser o melhor. De não brigarmos por coisinhas poucas. Não somos os dois reféns de discussões desgastantes. Aprendemos diariamente, um pouquinho mais, sobre gentilezas. O amor, para que ainda não sabe, vive de gentilezas.
Às vezes, apenas às vezes, acontece de encontrarmos numa velha foto o amor de nossas vidas. E sortudo é aquele quem consegue. Sortudo mesmo, querida, sou eu. Encontrei numa foto meio amassada, o grande amor de minha vida. Te encontrei!
Desde então, desde o dia que te conheci, parei de procurar as conchinhas coloridas na beira do mar. Desde o momento em que casamos, as conchas que eu tanto queria, fiz com as tuas mãos unidas às minhas.
Temos em nossas conchas não mais barulhos do mar. Temos dentro de nossas conchas furtacor, agora, o amor de todo o mundo guardado.
E por favor, não fiques chateada, se por um minuto eu fechar os meus olhos. É só para pensar em ti.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009


* Do teu girassol *
Bendito seja o teu nome.
Rezo assim, todos os dias, antes que o anjo do sono venha me fazer sonhar (contigo).
Perguntam a mim: o que é o amor?
(-É desa-linho de roupa (penso).
-É desa-cordo por deuses perfeitos. É acordo por gente feliz (penso).)
-É desa-tino de alma, respondo.
Nossas vidas, ainda bem, não cabem numa mera estrofe em meio de uma prosa poética.
É assim...
Antes de nos conhecermos nossas histórias cabiam em quatro, cinco linhas.
Coisa bem curta, sem grandes emoções.
Num mundo árduo, cinza, de barreiras e construções intransponíveis, nosso amor aconteceu.
Girassóis, girassóis, girassóis que te cobrem, que me fazem acreditar.
(Amamos um no outro até o barulhinho que faz os cílios quando encontra com a brisa).
Será realmente bonito contarmos aos nossos filhos.
E um desesperançado coração avulso lerá essas linhas docemente bordadas e questionará:
- Para que falar de amor?
Nós dois, numa única voz, ainda diremos:
- Realmente, não precisamos. Nós simplesmente fazemos acontecer o amor.
PS: Nas próximas postagens tentarei usar textos antigos. Beijos aos que amam!!!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009


* Sobre algumas outras histórias *

Sempre quis compreender o raciocínio daquela gente má.
Não conseguia entender como alguém poderia mentir tanto:
Heloísa já havia tentado retalhar os seus pulsos acinzentados milhões de vezes e fazia de Leo seu bode expiatório predileto. Era como se Leo fosse propriedade de Heloísa. E como Heloísa era má. Assassinava Leo diariamente com aquela coisinha pouca de sentimentos ardilosos, que cheiravam a mofo e maldade. Leo sentia-se só no mundo e mal acreditou quando conheceu a menina loira que o salvou de um mundo repleto de mau agouro. Leo agora está salvo.
Não entendia como alguém poderia trair tanto assim:
Vidinha era uma pessoa horrorosa. Não só feia de "cara". Feia de coração. Vocês sabem como é essa gente. Aquela pessoa tão insegura que será capaz de trair a pessoa que "ama" com qualquer um. Ou qualquer um que lhê dê alguma chance. Vidinha tentava trair Bruno com todos que conhecia. Vidinha era uma menina gritona, com cabelo seco e um jeito oferecido, o qual vocês não gostariam de conhecer. Bruno tinha olhos grandes e alma boa, entretanto acreditava em todas as asneiras contadas por Vidinha. Vidinha teria que vir umas 17.000 vidas para tentar se purificar um pouquinho. Eu disse: "um pouquinho". Bruno tinha toda aquela ladainha de Vidinha como verdade absoluta. Ficou sem amigo nenhum, vida nenhuma. Se nutrindo daquela coisa pequena que Vidinha lhe oferecia. Mas como toda história tem um final feliz, Vidinha começou a desenvolver um mau hálito crônico. E não conseguiu trair Bruno com mais ninguém.
Também não entendia essa gente que fica apenas cuidando a vida dos outros:
Irielete. Nome péssimo, eu sei. Desculpem as Irieletes do mundo inteirinho. Essa mocinha era abominável. Assim, se o "Abominável Homem das Neves" a conhecesse, deixaria esse título para ela. Irielete era má. Falava mais que a própria boca. Chamava de amigo e engalfinhava por trás, as costas todinhas. Irielete aprisionava um príncipe em seu calabouço e jurava aos quatro ventos que aquilo era amor. Pois digo uma coisa, isso tudo é acomodação, Irielete.
Queria entender aquela negatividade toda.
Felizmente, não teve tempo.
Ela deu-lhe a mão e num passo apressado o levou, ainda dizendo:
- Não dá tempo agora, amor. Entende assim...talvez sejamos camomila no meio de ervas daninhas.

PS: Desculpem por eu não postar um texto antigo hoje, fiquei com vontade de homenagear alguém que diz que temos apenas coisas bonitas para comemorar.

terça-feira, 13 de outubro de 2009


* Das três palavras mágicas *

Faz-de-conta então que estamos em Paris.
E em Paris teremos todos aqueles rituais de amor com os quais estamos acostumados.
Poesia.
Balões coloridos.
Sorrisos.
Olhares marejados.
Acreditamos em Deus.
Acreditamos em nossos futuros filhos.
Brindamos com xícaras repletas de expressos quentes esse sentimento. Sentimento bonito.
No início, em menos de oito dias, quando menos percebi, dei-me conta que olhava para o mesmo ponto que tu, vislumbrando um futuro que apenas aqueles que crêem nas bolinhas de sabão, bicho-papão bonzinho que mora no armário, mariola de morango...poderiam crer.
É aquela coisa além de precisar, de amar. É ter um companheiro para o resto dos teus dias, e começo de outras vidas que ainda virão. E que sim, compartilharemos juntos.
Basta ligares no final do dia e eu me visto de esperança, felicidade e vou ao teu encontro.
Porque, querida, tu tens o dom!
És as minhas pequeninas certezas, gigantescas vitórias.
Três anos e ainda tenho meu músculo escarlate a pulsar como se fosse o primeiro contato.
Três anos e tenho a convicção que não é nossa primeira vida juntos.
Por caminhos antes desconexos, estamos unidos.
Tu que bebes pouca cerveja preta, tens os olhos verdes mais belos, jeito sereno, és libriana e bonita como ninguém.
Ao teu lado é apenas o amanhecer infinito...
E três palavras bastarão para um fim merecedor de "chave-de-ouro":
eu te amo.

PS: Faz-de-conta que estamos em Paris, tenho nas mãos um ramalhete de girassóis amarelos, e um convite para jantar. Aceitas? : )

quinta-feira, 1 de outubro de 2009


Da série postagens antigas - parte XXXVII - texto do dia 07/03/2007.


* Sobre Clementine, Joel e o para sempre * (ou ainda *Sobre nós dois*)

- Lembra como foi na primeira vez?
- Lembro sim. Eu te olhei, mas tu não me olhaste.
- Olhei sim, logo que cheguei lá, te vi.
- Mas eu estava de costas. Eu não te vi. Vi teu nome na lista. Doeu um pouco meu coração, mas na mesma hora pensei: "Pára, idiota. Tu estás namorando.".
- Mas pensou em mim?
- Não consegui dormir as noites anteriores da festa. Sonhava com teu nome na lista. O teu nome que rima com "mel". Como gostaria de ter aquele teu doce todo. E me punia por pensar assim.
- Ainda bem que não ficou te punindo a vida toda.
- Ainda bem mesmo.
- Eu não esperava que tudo isso acontecesse.
- Eu esperava.
- Não sabia de onde tirar coragem. Daí eu abri a minha cartola com borboletas mágicas e acreditei.
- Fico feliz.
- Te ter na minha vida é uma vitória.
- Me beija?
- Vamos ser felizes pra sempre!

PS: A tua borboleta gravada no ventre permanecerá para sempre na memória do meu coração.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009


* Breno e Olívia *

Foi numa dessas ocasiões que ninguém saberia bem explicar em que se encontraram pela primeira vez. Breno relembra dizendo da casa de teto alto. Do telhado acinzentado em que pousaram duas pombas pardas. Uma voou para longe logo no início, a outra permaneceu ali e com a memória curta e pequena das pombas fez uma prece baixinha para que o amor acontecesse ali. Breno recorda de passagens que nenhum outro cara lembraria.
Olívia, ao contrário, tem dificuldade em guardar os momentos líricos. Sabe dizer que naquele dia vestia uma bota marrom tabaco com diminutas escamas sobrepostas na frente e laterais. E que cantou três canções naquele palco. Uma delas para Breno, para os olhos (que sorriam) de Breno.
Olívia era um tanto incrédula para esses assuntos do coração. Bastaria para ela alguém que fosse gentil, que tivesse tosse “educada” e que não proferisse palavrões durante os jogos do Grêmio. Olívia achava que não exigia tanto. Ah sim, e fidelidade. Fidelidade de ideais, como ela mesma definira.
Breno desejava uma garota que tivesse a sua altura. Não gostava de ter que se curvar para abraçar. Não que fosse preconceituoso em relação às baixinhas, mas queria tanto encontrar uma moça de 1,70 ou pouco mais. Tinha a cisma que assim poderia se entregar mais num bom abraço. Breno era assim, afoito, pura emoção. Se jogaria aos pés de Olívia se ela tivesse dito um pouco antes que aquela canção era pra ele. Nada feito. Olívia não confessou o seu interesse. Breno calculou que ela tivesse cerca de 1,74 de altura. Sorriu.
Esqueci de mencionar o que unia profundamente Olívia e Breno, a predileção pelo Tricolor Gaúcho e a teimosia.
Quando terminou de cantar, Olívia sentou-se junto a Breno. Breno gaguejou um pouco. Era gagueira de emoção, como gostava de dizer.
Olívia insinuou-se um pouco. Mulheres são elegantes nesse ato.
Breno quase derrubou a Coca-Cola que tomava. Homens são péssimos nesse tipo de investida.
Apesar da boa memória, Breno não sabe dizer o que aconteceu. Olívia, muito menos.
De uma hora para outra estavam sentados num degrau, no segundo lance de escada daquela casa com as mãos já unidas (como fazem há “quase-quase” três anos).
Haviam criado, os dois juntos, uma possibilidade de amor.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Da série postagens antigas - parte XXXVI - texto do dia 06/03/2007.

* Sobre um amor assim...* ( ou ainda * PS: Para o (a) meu (minha) amor (a)* )

Sei que tu sonhaste em ser minha.
Sei que um dia acordaste de um pesadelo incômodo que tornava teus dias cinzas.
E sei das vontades que tens de mim.
(a vontade que tens quando acorda e estica a mão esquerda - adornada com o símbolo do amor infinito - para o outro lado da cama e não me encontras ali. E sei disso porque faço o mesmo na minha cama todos os dias e desperto chorando um pouco da falta que me fazes).
Escrevam aí, meus senhores... os "ps" são todos meus para ela.
Tu escreverás ao final da página amarelada, desbotada, triste..."PS".
Tentarás ter todo o amor que eu sinto por ela nas tuas palavras.
Mas amor (verdadeiro), só o meu por ela.
(E me desculpem o egocentrismo passageiro).
Sei que tu queres que o castanho dos meus olhos dance com o verde dos teus.
Num balé que não tenha mais fim.
Não quero mais despedidas.
Não quero mais abraços de "até logo".
O pessoal do teu trabalho que espere,
o meu pai que me perdoe,
as plantas que fiquem esperando por água,
que o tempo pare... porque quero estar contigo.
Sei que sonhaste com um príncipe bonito, cordial, por vezes cavalheiro, gentil, charmoso, elegante.
Espero que seja feliz comigo e com meu pobre "Reino das Amoras".
E que case comigo...
porque sei que como eu, tu também sonhavas com um amor assim.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009


* Enquanto durar a canção *
ou ainda *Melodia para toda a eternidade *

Quando sentiu dentro do coração (e era a primeira vez) aquela sinfonia de cigarras, poesia, turbilhão de sentimentos bonitos, ipês amarelos repletos de pétalas douradas, sonhos de crianças pequenas, suspiros... resolveu arriscar.
E ela pede milhões de desculpas para aqueles que não a entendem.
E se no caminho deixou a desejar com algum dos seus planos delicadamente bordados de linha feita de romance.
No momento que aquilo tudo lhe preencheu, ela não conseguiu mais sossegar.
Era como se lhe empurrassem, como se Deus escrevesse um desfecho grandioso para ela.
(Ela talvez nem merecesse tanto).
Bobagem, os dois merecem.
Mas o amor, numa dessas ruas de Porto Alegre, lhe foi apresentado.
Quando se olharam, tiveram os desatinos doidos de paixão todos justificados.
Ele pensou algo:
" Quem é aquela menina de mechas amoras?".
Ela pensou:
" Ele!!! Ele!!! Tomara que dessa vez ele me reconheça."
Não, ele não a reconheceu.
(...mas para felicidade dela, ele já estava predestinado a ser seu par pelo resto dos bailes dessa e de outras vidas).
Naquela vez não teve abraço.
Houve um sorriso,
e uma vontade louca de terem os lábios encostados.
Ficou no quase.
No entanto, como tudo que é tão sonhado, tão certo, tão desejado... aconteceu.
E vem há quase três anos acontecendo.
E se vocês pudessem ouvir as juras,
os bracinhos entrelaçados,
a fitinha lilás que guarda tão bem o pequeno saco com todos os anseios floridos,
os olhos marejados cada vez que pensam na família que formam (sim, porque os dois já o são).
Se vocês acreditam no amor,
finalmente vocês podem entender esses dois.

PS: E devo dizer-te... cantarolo quase sempre dentro de mim uma "canção-amor" para nós dois dançarmos. Nem que seja em pensamento. : )
PSII: Para todos que lêem o blog: Pessoal, agradeço todas as palavras queridas que sempre me mandam. Agradeço a paciência com a espera por cada nova postagem. Tentarei escrever com mais frequência. E podem deixar, um dia escrevo um livro. E dedicarei a todos que chegam aqui e dizem que também acreditam no amor. Obrigada pelo carinho!!!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Da série postagens antigas - parte XXXV - texto do dia 02/03/2007.

* Esta poderia ser a sua vida *
(ou ainda *Para você que me inspira*)

Era uma vez uma moça loirinha com o cabelo escorrido e brilhoso, que tinha uma franja caída nos olhos, uma voz bonita e vários sonhos que nasceu numa cidade quase grande quase pequena.
Essa menina nunca foi quietinha. Aliás, ela detestava quaisquer diminutivos.
"Pequenina, engraçadinha, malvadinha, lindinha" eram palavras que davam até um nó na boca do seu estômago.
Ela morava numa casa que tinha um pátio comprido e verde.
E ali ela arquitetava seus grandes planos pra vida futura.
Gostava de sentar na grama fofa, comer "figada" e pensar nas grandes possibilidades.
Andava de bicicleta muitíssimo bem, muito melhor que as outras meninas da rua. Muito melhor que seus irmãos. Era tão veloz que parecia vento e nesse momento é que ela conhecia a tal face da liberdade.
A mãe chamava os filhos para jantar e lá ia a menina loira com uma cara amarrada... a mãe adorava estragar as brincadeiras. Mães são assim, não entendem as vontades das crianças. Mas ela sempre permanecia um pouco mais após a chamada e no segundo sinal da mãe saía correndo tanto que chegava a sentir dor nos dois joelhos.
Aprendeu a ler antes das outras crianças.
Quase que sozinha.
Não se deram conta disso e um dia ela escreveu seu sobrenome "meioalemãoitalianopolonês" como todos os moradores do interior gaúcho e o pai veio correndo dizer: "Mas é tão espertinha". Nó no estômago.
Queria ser atriz, bombeira, professora em faculdade, programadora de sistema... poderia ser mil e uma coisas. Mas principalmente seria feliz.
Gostava de matemática.
Se dava bem com os números.
Mas gostava de gente também e se dava bem com palavras, sentimentos, frases melancólicas, sabia bem o Português.
Um dia ela cresceu.
E se sentiu diferente das outras pessoas.
Ela já não tinha mais lugar.
Seu cabelo não era tão mais liso assim.
Ou até era.
Mas não escorrido.
Poderia usar uma presilha para que os fios loiros não atrapalhassem na digitação.
Procurou alguns relacionamentos por talvez assim se achar a sua metade. Alguém para segurar as suas mãos e também acreditar.
Se desiludiu na maioria das vezes.
Casou, mas descasou.
Não dá pra se viver pra sempre em Joinville.
Porto Alegre dá saudade.
Casou pela segunda vez, mas também descasou.
Não dá pra ser vigiado constantemente pelo jeito que se toma café e é criticada por isso.
Muita coisa depois aconteceu com a menina.
A sua vida bem que poderia ser um belo roteiro.
Quem sabe eu ainda escreve a sua história.
A verdade é que a trajetória dela não acaba assim.
Depois de todas as poucas e boas pelas quais atravessou foi numa formatura de economia. Queria sorrir um pouco. Sentia-se completamente cansada... mas foi. "Prestigiar uma amiga vale mais que o meu cansaço" ainda pensou.
E logo que adentrou o salão viu de costas o cara da sua vida.
Assim, ele não era bem "O" cara.
Mas era até bonito pela maneira que ela o enxergava. E o que mais posso dizer?
A menina loira ainda não casou, mas pela primeira vez está pensando em ser feliz para sempre.
(Ah sim e o moço ruivo também).

PS: Porque certas vidas quando se encontram(como a minha e a tua) dão um belo romance, um bonito enredo pro carnaval da Portela.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009


* Nós sempre teremos Paris *

Tenho tido um sonho estranho nessas noites de inverno.
Ele sempre me remete àquele primeiro dia.
Perguntam para ti (que estás de saia vermelha, sorriso gigantesco, olhos por Deus pintados e uma beleza jamais vista) de onde me conheces.
E tu, talvez numa dúvida que te devora a alma, diz:
"- Não lembro, não lembro...".
Continuas repetindo isso por um bom tempo.
E fecham-se as cortinas.
O sol não mais entra.
Os ipês cobertos de cores amarela e lilás choram todas as suas belas pétalas.
Lá fora chove tristeza.
Eu ainda penso: foi-se embora o sonho de amor.
Acordo amuado.
Como se os anjos não rezassem mais por mim.
Como se apenas os inimigos ganhassem os duelos (que nem sempre foram culpa minha).
Acordo desejando que não mais pudesse abrir os olhos.
Então sinto um calor no peito.
Sinto a tua mão em meu rosto...
e aquele "bom-dia-amor-da-minha-vida" que tu quase sempre falas pela manhã para mim.
Relembro todos os pormenores daquele primeiro dia. Do primeiro dia que encontrei o amor, que estivemos (nem que seja por simples devaneio) em Paris.
Sorrio.
E tenho a nítida sensação de que serei (seremos) feliz (felizes) pelo resto dos dias.

PS: Desculpem a demora na postagem.
PSII: Pra quem mora em Porto Alegre: o amor, lembrem-se, salva até dias chuvosos sem poesia.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Da série postagens antigas - parte XXXIV - texto do dia 12/02/2007.

* Da espera *

Te esperei a vida toda, a minha existência todinha.
Achei que irias demorar. E demorou (um bocado).
Revendo ontem a fita do lugar onde nos reencontramos (e dessa vez não foi em sonhos), vi como tudo já estava planejado.
Tínhamos tudo para escrever um roteiro adaptado e sermos premiados com ele.
Havia a moça de saia vermelha, o sorriso bobo no meio do salão, a pequena espiadela, a voz dela com um tom rouco, os lábios dele querendo dizer "oi".
Note bem, tudo estava perfeitamente ajeitado.
A irmã "má", apresenta o casal (e a culpa de nossa felicidade seria dela).
Quer dizer... eu me lembraria de ti.
Tu não me reconhecerias... afinal eu sempre me reiventei. Eu era praticamente uma reclusa. Morava num quarto laranja, com objetos aborrecidos, uma vidinha amena, um ou outro sorrisinho, acreditava demais em certa gente cinza, ah sim... e eu tinha que conviver com isso pelo resto da vida.
Mas aí... quando fomos "reapresentados" pela irmã (que não é tão má), eu sorri.
Eu entendi a sutileza de pequenos detalhes que sempre estiveram ali.
Eu vi que meus dias poderiam ser emocionantes.Que meu coração poderia quase sufocar quando te encontrasse.
Que meus amigos poderiam ser realmente leais.
Eu vi que meu quarto poderia ser verde. Verde-esperança.
E que eu poderia ter a Marilyn sorrindo pra mim até o fim do dia.
Que eu poderia forrar a porta do meu armário com fotos tuas.
(e em todas tu aparecerias com aquele sorriso que sempre me quebra).
Que eu poderia ter contigo tudo de mais bonito.
Que eu poderia te abraçar em plena República e essa rua se tornaria mais poética ainda.
Contigo eu compreendi o verdadeiro significado de "amar".
"Amar" é ir te buscar após um dia ruim no serviço, tu reclamar um bocado dos teus colegas, do expediente chato... mas rir no fim de tudo isso e dizer:
"Amor, sexta está chegando".
E está chegando... é logo ali.
Te entregarei todas as horas... o meu melhor.
Terás a minha pureza.
A minha lealdade.
A minha risada desenfreada.
Meu andar "gracioso".
Meus fios vermelhos.
Meus olhos devidamente pintados e meus suspiros.
Serei pra sempre teu sol... (porque tu sim és a flor que mais combina com essa palavra).
Meu girassol.
E não haverá dia nublado que possa nos atrapalhar.


PS: O (teu) amor me salvou.
(PSII: Um beijinho estilo "Homem-Aranha" pra ti. : ) )

terça-feira, 21 de julho de 2009


* Da jura *

Eu prometo ser bacana mesmo quando o dinheiro no final do mês for curto não podendo comprar pra ti um ramalhate de flores amarelas (girassóis ou gérberas que gostas). Não te deixarei na mão. Entrarei escondido nos quintais das casas vizinhas e furtarei um punhado de flores de laranjeira e farei com elas uma pequena coroa para que tu finalmente sejas devidamente reconhecida como eterna princesa (da minha vida).
Prometo te entregar doses homeopáticas de felicidade, daquela com que estás acostumada. Me proclamo teu fiel escudeiro para te fazer sorrir nos ligeiros momentos em que deixamos de sonhar por causa desse pessoal que só sabe machucar os outros, esse pessoal que é esnobe, piegas, grosseiro. Por causa desse pessoal, querida, arranjaremos ainda mais razões pra sorrir. Conhecemos todas aquelas canções para dançarmos os dois no meio da sala e termos certeza que sim, a nossa história é destino.
Prometo ter por ti tanto sentimento quanto as milhões de pequeninas sardas que moram na pele da Anamaria (que me confidenciou hoje que também encontrou o amor).
Prometo que o verbo "amar" será o mais conjugado quando nós dois morarmos juntos.
Prometo te ajudar a trocar as fraldas das crianças até no meio da madrugada. Acordarei antes de tu abrires os dois olhos verdes (esperança) e quando voltar correndo pra nossa cama me aquecerei no teu corpo morno e direi: Sou o cara mais sortudo de todo o mundo. Te encontrei.
Prometo permanecer longe de preconceitos e censuras. Desejarei o que houver de melhor para aqueles que um dia nos feriram (e eles talvez esqueçam da nossa doçura, nossa vontade de melhorar e parem com essa invejinha que é coisa tão pouca).
Te prometo abraços sem fim, um bom amigo, confiança, caráter, poesia, mini tortas recheadas de doce-de-leite e castanhas.
Não prometo ser o homem mais bonito que irás conhecer, mas farei de tudo para ser mais cavalheiro, bondoso, respeitoso, elegante, descolado e charmoso que tu poderias imaginar ou desejar.
Prometo te lembrar pelo resto das horas como me apaixonei quando a vi naquela foto com camiseta branca, cabelo loiro esvoaçante. E dos sonhos que passei desde então a ter contigo.
E prometo estar ao teu lado no dia em que os anjos de Deus vierem nos levar embora (pro céu anil).

PS: Um brinde ao amor. E um brinde à Anamaria, que agora tb é uma sortuda.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Da série postagens antigas - parte XXXIII - texto do dia 08/02/2007

* Nestor e Rosinha *

Nestor estava um tanto empolgado naquela manhã, naquela roda de amigos em que se encontrava pediram para descrever Rosinha.
Ele pensou um pouco, olhou as pontas dos dedos, lembrou do dia em que foram ao Gasômetro pela primeira vez, do sorriso escancarado da sobrinha dela com os dois, dos vários almoços que já tinham feito juntos, das oportunidades todas em que se amaram (e como se amavam), das três minúsculas colheres de açúcar numa imensidão de café e leite que Rosinha tanto gostava, das conversas no final do dia, dos lábios encostados, da saia branca dela que deixava à mostra aqueles joelhos (depois da praia) morenos, da facilidade do riso junto a ela, do contorno da clavícula mais bela que ele já tinha visto, da "vontadedecasarhojemesmoeserfelizprasempre", dos bilhetes trocados, do apelido que ela havia lhe dado, da penugem loira concentrada no lado esquerdo da testa que nunca crescia, dos tão esperados finais de semana, da alegria em ter encontrado a sua metade, dos quase quatro meses, da mulher mais delicada, interessante... que ele conhecia.
Mas resolveu ser um tanto breve e respondeu:
- Ela é o amor da minha vida. Ela é a última.
Olharam para o Nestor com caras surpresas.
O que sabia afinal um cara de vinte e pouco anos sobre o amor?
Nestor sabia pouco do amor... mas todo o amor aprenderia confortado nos braços de Rosinha.

PS: Só o amor é possível. : )

terça-feira, 14 de julho de 2009


* Apenas o início *

Num mundo monocolor onde todo mundo encasqueta com desfechos de relacionamentos, nós dois somos o oposto.
Comemoramos todos os dias como se esses fossem os primeiros da descoberta do amor.
E isso não se deve apenas à minha fama de príncipe de mocinhas já desencorajadas.
Não tenho um cavalo branco.
Nem uma armadura reluzente.
Muito menos um castelo majestoso.
Mas, senhores, tenho meu coração e esse amor desmedido por ela.
Decretei num pseudo-reino, num calendário com datas comemorativas reais, que o dia de hoje fica sendo o "Dia da Felicidade Amarela".
Então a comemoração é para mim e pra ela...
(e como não sou cruel, para quem ainda acredita no amor).
A minha vontade é de ser dela.
É como se ela pintasse cor por um mundo antes monocromático.
É como se ela fosse o meu conto de fadas (por tantas vezes ultrapassado para alguns) de ser feliz para sempre.
Conhecem todas as tonalidades que moram numa asa esquerda de uma borboleta?
Pois bem, é assim que agora vejo a vida (por causa dela).

PSI: Contigo sou capaz de ver a vida como se fosse um épico de "Caio Fernando" com final bonito.
PSII: Querida Gaby, roubei a "felicidade amarela". Adorei isso! Obrigada pelo carinho de sempre.

domingo, 28 de junho de 2009

Da série postagens antigas - parte XXXIV - texto do dia 04/02/2007.

* Do início do início * ou ainda * Contrariando Alfie *

Os dois meninos sentados na praça sorriem.
Olham para o céu.
O céu azul como a cor do lápis preferido da Raquel e sorriem. Um céu que "logo-logo" estaria coberto de estrelas prateadas.
O mundo deveria ser um pouco menos complicado, mas como não é, eles sorriem.
Lembram-se do primeiro dia (do dia em que tudo começou).
Recordam-se dos pequenos detalhes.
E outros detalhes fantasiam.
O primeiro beijo não foi um beijo. Foi uma leve carícia trocada por duas mãos.
A mão direita de Cícero tocou na mão esquerda do outro.
Cícero disse que daria um jeito na sua vida.
Disse que não viveria mais sem tê-lo em seu cotidiano.
E ele era tão bonito (aliás, ele é tão bonito).
Se encontraram no mês de outubro, quando nada acontece. Quando tudo é quase Natal, quase fim de ano, quase finados. E não é nada.
Cícero era quase feliz. Cícero era praticamente "outubro".
E cansou do quase.
Cícero ofereceu a sua vida toda ao outro menino.
Contou até mesmo a historinha dos baleeiros. Malditos baleeiros.
Sentados talvez sorrissem pela possibilidade de um mundo ainda mais bonito (estando agora, os dois juntos).
Sorriem sentados os dois na praça, esperando o futuro chegar.
PS: 28 de junho - dia pra acreditar que o amor é sempre possível.
PSII:
"I said if
You're thinkin' of
Being my brother
It don't matter if you're
Black or white... "
(Michael Jackson)
Esse moço sabia das coisas. : )

terça-feira, 23 de junho de 2009


* Sobre a consulta médica e outras histórias de amor *


Era pra ela ser atendida às 10:30 em ponto.
Eu disse: era.
Uma das verdades que sabemos é que médicos são impontuais, não é mesmo?
Como um gentil rapaz me ofereci para acompanhá-la na consulta.
Chegamos ao consultório às 10:10, esperançosos de ter a grande sorte dela ser acolhida um pouco antes do horário combinado.
Teríamos um almoço mais comprido e poderíamos falar sobre todas as coisas com que sonhamos.
No entanto não deu.
O tal doutor se atrasou e ficamos os dois a folhear revistas num consultório com janelas gigantescas que deixavam passar toda aquela frialdade (que existe e é mistura de frio com maldade) que uma Porto Alegre poderia produzir numa terça-feira chuvosa.
Foi então que as pontas dos dedos dela pousaram sobre as pontas dos dedos meus por baixo das páginas, em segredo.
E a minha mão até então gélida se aqueceu com o amor todo confeccionado pelas mãos dela.
Foi sem pensar que disse a seguinte frase:
- Casa comigo?
Ela fez brilhar os dois olhos baralhados das cores azul e amarela.
Com aquele fitar esverdeado me disse "sim".
E ninguém, senhores, poderá dizer que já ouviu conversa mais bonita que essa no mundo.

PS: Passar de segunda a segunda casando contigo... esse é o meu mais doce devaneio.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Da série postagens antigas - parte XXXIII - texto do dia 02/02/2007.


* Da trigésima terceira vez em que me apaixonei por ti *

Se tivesse como prender a beleza toda do momento.
Vinha repetidamente à sua lembrança ela chamando-o do outro lado da rua.
Tinham combinado na pracinha.
Ela entendeu que seria na frente do hospital.
Ele ficou se ajeitando uns 7 minutos antes dela chegar.
Arrumou o cabelo que estava em desalinho com um vento inesperado que vivia em Porto Alegre em pleno mês de janeiro.
Ela demorou sete minutos e meio. E ele achou por um momento que ela não viria.
Mas ela estava abanando com a mão esquerda do outro lado da rua.
Estava de verde.
Como estava da primeira vez em que deram as quatro mãos.
Ele não resistiu.
Ficou atônito como sempre ficava com a presença loira dela.
Falou qualquer coisa, apontou para a praça.
Ela sorriu. Conhecia ele. Era um cara atrapalhado, mas a amava (infinitamente).
Ela pegou a mão dele e entraram no prédio.
O sorriso dela apenas perdeu força quando se beijaram no elevador.
Eram assim... bonitos, jovens, felizes, quase nada melancólicos, saudosistas, namorados, bacanas, apaixonados.
Eram amantes.
Tinham "almas boas" (como já haviam os descrito).
Se amavam como poucos.
Ela era feita pra ela.
Ele era feito pra ele.
Tinham os dois, ares de sonho.
PS: O amor é bom. E vocês sabem que sim. : )

terça-feira, 9 de junho de 2009


* Em alguns dias penso em ti... e nos outros também *

Tudo porque eu tenho aquela teimosa mania que não me deixa, a mania de te amar.
Vejo fotos nossas, invento histórias nas quais acabamos indo para a mesma casa no final do dia com os mesmos sonhos. E tudo bem se a casa em comum faltar, fica sempre a margem dos planos fantásticos, porém críveis.
Escrevo teu nome e desenho um baú do tesouro por cima dele. É bem assim, és minha eterna busca mais valorosa. O pote dourado no final do arco-íris. As palavras pouco convencionais mas cheias de sentimentalismo.
Me vejo cotidianamente sentada ao teu lado.
Tu com a boca abarrotada de chiclete de tutti-frutti como fazia quando eras pequeno numa dessas cidades do interior que terminam quase sempre em "Sul".
E eu dizendo: "Isso vai te fazer mal".
E tu engasgando, engolindo a goma de mascar de uma vez só, correndo, meio que chorando e gritando:
"Tô com nó nas tripas, tô com nó nas tripas".
O teu lado mais original é esse. Essa tua dramaticidade. Esses teus olhos verdes arrastados, a manta com nó a la "Jude Law", teu queixo com pele um pouco "craquelenta" por causa do frio que judia os últimos dias de Porto Alegre.
O bom mesmo é te ter nas entrelinhas, te conhecer por dentro, por fora, por todos os porinhos.
O bom mesmo é ser essa gente que acredita no amor,
nos abraços mornos,
nos lábios que só sorriem.
E ter talvez a chance de te ter como um muso.
Fazer um poema repleto de acácias rubras, pandorgas coloridas, estrelas suicidas (cadentes), pozinho de purpurina, rocambole de doce-de-leite, cafés expressos transbordantes, borboletas que povoam almas e pedidos diários de casamento.
Numa prosinha assim em que eu seja tua e tu sejas meu
(pela eternidade).
PS: "Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir..."
(Nando Reis)

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Da série postagens antigas - parte XXX - texto do dia 26/01/2007.


* Das doces possibilidades *


Em qualquer lugar em que tu, menino dourado, possa andar eu estarei te resguardando.
Guardarei teu andar como Deus que deve proteger as pequenas crianças as quais ainda chegarão nesse mundo.
Como minha mãe cuida dos pêssegos maduros num local especial da sacola amarela quando volta da feira só pra oferecê-los pra mim.
Onde existirem lacunas, preencherei o vazio com nossos dois nomes que juntos parecem um fino bordado com lápis "azul da cor do céu".
E quem passear por aqueles lados, irá certamente pensar: "Quem diria... era amor mesmo".
Era amor mesmo.
É amor.
E será infinitamente amor.
(enquanto tu guardares as minhas mãos pálidas e eu zelar pelos teus amoráveis olhos verdes).

terça-feira, 26 de maio de 2009


* Do último tango solitário *

Ele estava amando pela primeira vez e sentia-se extremamente ansioso por viver algo tão inesperado assim.
Queria avisar aos seus amigos as boas novas e até mesmo aos poucos inimigos que havia encontrado a mulher de sua vida com muita sorte nessa vida.
Caminhou por ruas melancólicas numa Porto Alegre que agora tinha um perfume absurdo de jasmim. Isso mesmo, aquela que roubara seu músculo escarlate tinha um inexplicável poder de transformar tudo o que era feio, insosso, triste, ríspido em beleza.
Chegando na feira comprou quatrocentos gramas de amoras, creme de leite fresco e três girassóis dourados.
Quando iniciou aquela semana amando-a pode observar a cidade, encontrando nela finalmente um pulsar sonoro onde poderia ficar bem com sonhos futuros.
E quase nem se deu conta quando sozinho no meio da rua e de uma multidão cinzenta dançou com as sacolas e flores nas mãos um "tanguinho" imaginário.
Poderia faltar um baile,
uma veste mais adequada,
uma canção para preencher o silêncio,
mas havia aquele grande amor dele
(que era só por ELA).

PS: Queridos... adicionarei os links no final de semana.
PSII: E viva o amor!!!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Da série postagens antigas - parte XXIX - texto do dia 23/01/2007.


* Ela e o nosso amor *

Mesmo quando está cansada e chega com aquelas olheiras abissais, fundas e negras... ela ainda assim é a mais bonita.
E todas as horas ao lado dela são como os primeiros segundos do beijo na escada cinza e gasta.
Não poderia mais ser eu sem a presença dela.
Menina-princesa que é dona do meu castelo.
Menina-estrela que clareia o meu caminho.
Menina-fada que me empresta pó mágico colorido para tornar menos monótona a vida.
Menina-mulher que tira a minha roupa, que consome meu corpo (que antes era triste).
Menina-moça que me faz sonhar.
Menina-amor que tem a minha alma.
Menina-amora que sabe que é pra sempre.

PS: Dois anos e sete meses e parece que foi ontem. Amor pleno!

terça-feira, 5 de maio de 2009


* Ainda sobre a primeira vez *

(Destino?)
Ficou receoso de vislumbrar novamente ela.
Sentia-se nu. Entendam bem, apesar de estar trajado de bons pensamentos, delicadeza, coragem, as borboletas todas transbordadas pelo estômago, amor, estava nu.
Quis agarrar a mão dela e dizer:
- Tirei o limo do peito, as teias, o pó e o amargor do coração. Tudo para te receber.
Mas não quis interrompê-la naquele instante. Naquela hora em que ela adentrava o salão. Vestia uma saia de pequeninas pregas na cor escarlate, uma blusa preta que brilhava um pouco, só um pouco perto do brilho que ela própria emanava. Ela era ainda mais bonita do que ele lembrava. Nem seus sonhos desejosos com Audrey, Deborah Kerr eram tão repletos de beleza, ardor.
Sentiu as maçãs do rosto inflamarem quando a viu entrando pela porta principal do salão. Confessa que sim, morreu um tanto quando observou que ela não estava desacompanhada, entretanto também aliviado afinal era um cara bacana, charmoso e bem mais interessante que aquele nanico que tentava frustradamente furtar a sua história de amor.
Tinha planejado mentalmente, repetidas vezes, como chegaria até ela.
Primeiro a convidaria para dançar aquela canção conhecida.
Beijaria a mão dela em agradecimento e demoraria um pouco os lábios sobre as pontas dos dedos de pianista dela.
No final da música agradeceria por ter ela aceitado o convite e a pediria em casamento. Aguardaria ansioso pelo "sim" mais sonoro, harmonioso que já ouvira no mundo.
No entanto não parecia aquele momento a melhor hora para tal gracejo.
Ela, mal sabia ele, já tentava descobir quem era o dono daquele casaco risca de giz, daqueles olhos castanhos incomuns, doces.
Quando apresentados, o senhor que lhes aproximou (talvez um desses cupidos que andam por aí disfarçados de gente procurando unir almas desencontradas) disse:
- Nando, te lembras da Rafaela?
Nando afirmou com a cabeça que sim, deu-lhe um beijo na face esquerda deixando a bochecha direita para que ela beijasse. Rafaela deixou um estalinho de gloss no rosto de Nando e concluiu:
- Pena que minha memória não seja tão boa.
Ele então aproveitando a deixa, completou:
- Não te preocupas, ainda tenho a eternidade inteira para te fazer lembrar de mim.
(Destino!!!)

PS: O principal legado que deixarei para Caio e Sofia é esse: O verdadeiro amor existe.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Da série postagens antigas - parte XXVIII - texto do dia 17/01/2007


* Moça loira, casa comigo? *

E se ela casasse comigo, que feliz eu seria.
Ah que feliz.
Cantaria uma marchinha curta pra ela todas as manhãs. Uma canção ligeira para que tivéssemos mais tempo para a troca de beijos.
O gosto daqueles lábios é tão bom.
É como se embrigar com licor de pêssego, cereja, pétalas de jasmim, cigarrinho de canela, cravo, bolo embriagado (quando ele está bem molhadinho).
Os lábios dela são uma avalanche de doces sabores.
Talvez seja por isso que eu queira casar com ela.
Eu seria feliz, mas bem feliz mesmo com um "sim" dela.
A tatuagem que traz nas costas eu acariciaria cada vez que ela nua fosse olhar a janela só pra me dizer que o dia estava ensolarado (e mesmo com um dia cinza ela disfarçaria um sorriso gigantesco) e gritaria de lá:
"- Olha, o dia está comemorando o nosso amor".
E deve ser por isso que eu queira casar com ela.
Com ela, meus senhores, eu seria mais feliz.
Cada vez que eu dobro a esquina e de longe ela me enxerga, ela sorri com seus olhos quase-quase verdes, quase-quase cinzas.
E sinceramente, deve ser por isso que eu ainda casarei com ela.
O modo com que ela tira as minhas roupas, cuidadosamente, e as empilha ao lado da cama. Sinaliza pra mim a pequena montanha de trapinhos ajeitados e eu em pensamento grito pra ela:
" - Que moça é essa? Obrigada, Deus. Me deste a coragem para largar minha vida curtinha e sem graça para estar aqui com ela."
E é com certeza, por isto que casarei com ela.
Porque ela, apenas ela, (finalmente) me completa.
Assinado: Moço moreno.

sexta-feira, 17 de abril de 2009


* Da recordação *


Tudo lhe parecia a primeira vista um pouco embaçado.
Depois começou finalmente a distinguir os contornos do que presenciava.
Havia um tom lilás. Violeta... ou alguma cor que lembrasse essa tonalidade. Vultos.
No centro do palco havia um moço, de trinta e poucos anos, falha nos dentes, com a camisa branca um tanto apertada na região abdominal, um terno bem alinhado, um olhar meio estrábico.
Atrás dele vinham em torno de sessenta pessoas.
Algumas tinham nas mãos violinos, outras flautas doces que assobiavam melodias mais doces ainda.
Algumas pessoas carregavam instrumentos que eu nunca tinha visto ou ouvido falar, mas como minha pouca compreensão para musicalidade tu poderás me desculpar.
E na frente desse grupo inteiro havia uma platéia.
Com mais mulheres do que homens.
E tu sabes bem sobre a minha predileção por mulheres.
Mulheres podem gerar outros seres, mulheres não emitem um grito de "ai" durante a depilação, entretanto se enxergarem uma pequenina barata serão capazes de alçar vôos sobre cadeiras, mesas. E eu acredito que seja essa contradição que me torne tão próximo delas.
Quando o moço iniciou a balbuciar as primeiras notas no sarau, os corações todos começaram a palpitar em tal velocidade que não haveria como te explicar, querida.
Os homens ficaram com olhos marejados, tentando acalmar as esposas sem sucesso algum.
As jovens senhoras entraram em prantos com a voz daquele moço de terno bonito.
As senhoritas solteiras passaram a acreditar no verdadeiro amor.
É como se aquela voz entrasse na gente.
Permanecesse na gente.
Parecia que todos ali, extasiados, queriam sonhar.
E diante tamanha beleza, eu pensei em ti.

PS: Porque o mundo tinha que ser mais bonito porque tu estás nele!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Da série postagens antigas - parte XXVII - texto do dia 16/01/2007

* Dos "menos peixinhos que há no mar do que os beijinhos que darei na sua boca"*

Ele poderia ter ofertado aquele ar doce que escorria pela paisagem através da janela naquelas manhãs de janeiro.
Ele poderia ter citado as folhas que se lançavam das árvores (para uma triste morte) da Redenção (quieta, vazia e triste) quando ela lá não estava.
Poderia ter contado do último sonho que teve com ela.
Sonhou com ela deitada na cama.
Com a borboleta pousada no colo dela... e o beijo que entregava na tentativa de não perder o inseto multicolorido.
Deveria ter mostrado o que escreveu sobre ela.
E o bocado de reticências que usou.
Descrevê-la era algo complicado.
Ninguém mais tinha aqueles olhos.
E ponto.
Poderia ter concebido um filho com aquele amor que transbordava dos dois. Escreveria que o amor é bom (é muito bom, sim senhor). E que desde que a conheceu naquela festa patética, o mundo era tão mais bonito agora com a presença dela.
Deveria ter dito que ela era a imagem que ele tinha na lembrança cada vez que alguém evocava a palavra "metade".
Mas no fim, com aquela timidez incontrolável... quando a encontrou cedeu um abraço apertado e todos os sonhos (que tinham ela como protagonista) que borbulhavam por dentro dele.
PS: Porque agora eu sei o que é amor.

sexta-feira, 3 de abril de 2009


* Dos significados do amor *

Antônia não sabia até então o que era o amor.
A mãe, quando Antônia ainda era criança, lhe havia dito uma vez que: "Amor é invento do capeta".
Antônia então passou a acreditar que o amor era plano ardiloso "daquele que não se diz o nome" para subverter pobres mocinhas de corações desamparados.
Segundo o pai de Antônia, o amor era: "...o leve deslize do fechecler que deixava à mostra tudo aquilo que deixaria qualquer cabra-macho desatinado. Era penugem, saliva doce, gracejos libidinosos e múltiplas explosões." A menina não compreendia muito bem sobre o que seu pai falava. Segundo a própria Antônia seu pai era confuso, beberrão, mas ainda assim possuía uma boa alma. Sorriu para o pai diante àquela explicação, pediu a benção habitual e saiu a procurar alguma explicação melhor.
Para a tia Carmela, a dona da confeitaria: " O amor é como devorar três pães doces, quatro quindins, sete bem-casados, oito fatias generosas de nega maluca, cinco olhos-de-sogra e ainda assim sentir a necessidade de ingerir um sonho entupido de doce-de-leite inteirinho ao final da orgia alimentar. Amor é doçura, menina". Tia Carmela era uma senhora obesa, de cento e muitos quilos, com pele oleosa, olhar tristonho, cabelo comprido repleto de pontas duplas. O marido de Tia Carmela já tinha tido casos com quase todas as moradoras do bairro Santa Maricotinha e por isso tia Carmela já havia tentado se matar algumas vezes, mas na imaginação daquela feia senhora, o amor era doçura.
Antônia não entendia bem como as pessoas possuíam aquela facilidade desmedida de descrever o amor e ela invejava poder fazer isso também.
Antônia, quase todas as noites antes de adormecer, pegava o seu caderninho de capa já desbotada e iniciava aquela mesma frase:
" O amor é "reticências" ".
E não conseguia prosseguir na busca das palavras exatas. Ia então dormir desesperançada e cansada de tentar entender.
Entretanto, como nenhum conto sobre o amor deveria terminar mal, Antônia naquele setembro florido encontrou Frederico.
Frederico, penúltimo de uma família de quatro irmãos. O mais bonito dos rebentos e provavelmente o mais dedicado filho. Fumava só eventualmente, costumava dizer que fazia aquilo pelo "social". Bebia pouca cerveja pois tinha enxaquecas tremendas. Não sabia fazer conta de cabeça. Era querido, charmoso, um verdadeiro "gentleman". Sorria com os lábios e com os dois grandes olhos verdes. Já tinha tido algumas namoradas, mas a nenhuma prometera amor eterno como o que prometeu a Antônia no terceiro dia que se encontraram. Tinha a mania de esfregar o nariz com a mão em formato de concha quando pensava em soluções para problemas gigantescos. Passava a mão constantemente na franja em desalinho que insistia em cair sobre a testa. Tinha perfume de mescla de flores-do-campo, essência de baunilha e esperança que moraria no coração daquela que era a escolhida.
E naquela mesma noite, antes de sonhar, Antônia escreveu em seu caderno:
" O amor é Frederico".
PS: Porque quando setembro chega trazendo aqueles ipês lilases e amarelos eu tenho ainda mais motivos pra comemorar. Te amo. Rumo aos três!!! :D