* Dos pormenores do amor *
A menina-amor não tem nome.
Quer dizer, é mais ou menos assim. O nome dela não será revelado.
Porque há certas coisas que não precisam ser ditas.
Há o amor. Há o encontro, a dança de almas.
E para vocês eu sei que isso é o suficiente.
A menina-amor tem cinco tatuagens espalhadas pelo corpo. Sei bem que todos ficarão assustados.
Poderão pensar "quemocinhalibertinaporquemessemoçofoiseapaixonar", mas eu sempre insisti com vocês, o trivial não me convence.
Além da borboleta que traz tatuada no ventre possui os nomes daqueles que a inventaram num belo dia de sol, com grama cheirando a um verde descontrolado, quando as borboletas faziam cosquinha em nuvens de algodão.
Tem uma tribal nas costas. Que antes era bem negra, mas que com o passar do tempo ficou clara. Quase sumida no corpo da mocinha.
Há também um ideograma que fala sobre o amor. Que ainda não tinha quando a fez. Não me conhecia, eu posso me gabar. Conhecemos os dois juntos sobre o amor.
Mais embaixo possuía um símbolo que com o tempo, as tristezas, os "mal-me-queres", as desilusões tornou-se desbotado. E eu vendo aquela aflição pintada nela disse: "A vida é pra ser canção". Daí ela tatuou por cima uma letra musical para espantar qualquer tristeza que poderia existir.
Quando perguntaram a mim quantas tatuagens eu tinha, baixei um tanto a camiseta preta deixando mostrar um pouco do peito e ainda disse:
- Apenas uma. Ó, aqui dentro do coração tenho o nome dela tatuado.
PS: Aniversário nessa semana. :D