segunda-feira, 18 de agosto de 2008


* Ainda sobre os dois *

Leônidas deitou um pouco antes de Ana Maria.
Ele já tinha se acostumado a deitar no horário em que ela acabava as tarefas todas, mas justamente naquele dia o sono não lhe permitiu contemplar aquele ritual costumeiro de Ana que tirava a maquiagem pela quinta vez do olho direito com o demaquilante e só aí sossegava a cabeça avermelhada no travesseiro.
Ana estranhou ver Leônidas jogado na cama tão cedo e tão quieto.
Ela fechou a janela que deixava escapar um vento frio e teimoso, deitou ao lado dele, procurou-lhe a boca e deu um beijinho no canto dos lábios. Um boa noite reconfortante aquele.
Lêonidas então olhou-a nos olhos, mas profundamente. Como ninguém olhara antes aquele par de íris castanhas, enxergando não pupilas, cílios, nervuras ópticas e sim contemplando a alma de sua amada.
Parou um pouco, dessa vez mirando o colo pálido de Ana e disse:
- Tu és a mulher mais bonita que já vi na vida.
Ana sorriu com as pálpebras, com as covinhas, nunca com a boca e respondeu:
- Pois tu deves estar precisando visitar o oculista, amor.
Lêonidas completou:
- Que nada, as pessoas é que são tristes de não poderem ver além dessa beleza que trazes no rosto, nos gestos, na suavidade. Eu que sou feliz por ser capaz de compreender a beleza moradora do teu coração.
Ana umedeceu os olhos.
Desde que Leônidas e ela passaram a dividir os mesmos anseios, sonhos, as mesmas meias de lã para dormir, os dias apenas têm parecido capítulos de um belo conto de fadas.

PS: Todos os meus abraços, beijos, sorrisos são teus. ; )

2 comentários:

T disse...

Porque os seus textos são os mais suvaes e emocionantes.

Beijo!

Érika Oliveira disse...

Porque seus textos inspiram e fazem um bem danado. Continue escrevendo, muito sucesso.