terça-feira, 22 de abril de 2008


* Na cafeteria - parte II *

Como era habitual se dirigiram ao café lá pelas seis horas da tarde antes da aula de inglês dela.
Era um pequeno lapso de tempo onde poderiam desfrutar da presença do outro.
Sentaram numa das mesas (a única mesa direcionada para a janela) e uniram as mãos por baixo da mesa.
Enquanto ela escolhia o que iria comer ele virou o rosto para uma outra mesa e encontrou nela uma senhorinha sentada.
A senhora havia pedido um suco de laranja "Petry" (lembrou a marca do suco por se tratar do preferido do seu pai).
Um suco de laranja, um salgado.
E meia fatia de torta. Torta de limão, daquelas que são azedinhas, crocantes e com um grande punhado de merengada por cima de tudo.
Ficou ali olhando a senhorinha. Quieto. Pensando em dias menos felizes.
Deve ter enchido um pouco os olhos com água, ao contrário ela não teria deixado o cardápio de lado e perguntado:
- O que aconteceu, amor?
Ele, meio sem jeito, respondeu:
- Antes, antes de tu apareceres eu era aquela senhora ali. Não, quer dizer... antes de tu chegares, eu achei que acabaria como aquela senhorinha. Não que ela seja tão triste assim, vejo o sorriso que ela dá para a torta se deliciando com o primeiro pedaço. Mas eu era assim. E meu futuro seria assim...
Ela continuou com as mãos unidas às deles esperando que ele finalizasse o pensamento.
Ele então prosseguiu:
- ... eu já tinha idéia que teria uma filha. Uma filha chamada Sofia, mas sei também que num piscar de olhos ela cresceria e teria que ir embora. E eu ficaria num café qualquer, num final de tarde esperando uma ligação dela.
Ela então interrompeu o talvez seguir daquela conversa e disse algo assim:
- Bom, amor... agora tens que aguardar o telefonema da Sofia, e não esqueças do telefonema do Caio ao meu lado.

PS: Porque há coisinhas que fazem meu coração disparar que eu ainda não posso descrever. : )

quinta-feira, 17 de abril de 2008




* Pro dia em que morarmos em Buenos Aires *

Eu não sei falar o espanhol para agilizar a nossa visita à cidade mais adorável do mundo, mas não me faltará a "inspiración" que encontrei no mês de "septiembre" de 2006 em Porto Alegre quando tu chegaste.
Porque eu não tenho muita grana, e o pouco que resta está no fundo da minha carteira guardada para um incidente qualquer. Mas eu levo comigo sempre as "luces" de teus olhos, os "caminitos" do teu corpo. E assim, faço-me rico.
Porque tu tens uns "trazos" que fariam que qualquer homem ficasse louco por ti. Mas como no princípio do princípio ficou decretado que eu seria teu homem, apenas posso falar pra esses outros pobres coitados: "Sinto muito".
Porque desde o primeiro dia tem sido um "sueño" do qual não pretendo mais acordar. Ficarei mil anos sonhando que acaricio teus braços claros e mil anos serão pouco.
E serei teu "compañero". Dessa e de outras vidas.
Porque sempre que cai a "noche" eu fico aqui em frangalhos, morno, num completo desatino, com uma vontade de mais e mais. Mas deixa que isso falo no teu ouvido esquerdo que tanto gosto (ao "atardecer").
Ah sim e também porque quando estamos em "quietud" não paramos de chamar um ao outro através dos pensamentos.
E finalmente porque tu és dona do meu "corazon".
PS: Deixa-me ser teu "niño" pra sempre?

quarta-feira, 16 de abril de 2008


* Para o futuro... *

Não sei bem precisar quando foi. Sabes como eu sou meio aéreo quanto ao tempo, às horas.
Sei perfeitamente descrever o que ocorreu tin tin por tin tin, mas por favor não me pergunte o que os ponteiros marcavam no relógio, se havia ou não sol ainda no céu.
Sei que foi numa dessas horas que eram pra passar voando e por um motivo (mesmo que bobo) passam arrastadas e quando terminam a gente fica pensando: "Quem dera fosse sempre assim".
Lembrei!
Quero dizer, lembrei em parte. E deveria ser noite. Disso eu recordo alguns flashes.
Estávamos os dois escovando os dentes.
Eu deixei que tu ficasses de frente do espelho. Eu procurei um cantinho à tua direita e por aquela pequena brecha te via no reflexo.
Tu falaste (sim, porque nós temos aquela velha mania feia de falarmos com a escova de dente na boca) algo assim:
- Esse frio tem acabado com a minha pele.
(...e eu juro que não vejo poro algum teu que esteja ressecado, mas ainda assim fiz questão de apertar os olhos e te olhar mais de perto ainda. E só consegui ver o quanto tu és bonita).
E eu falei algo como:
- Passa um creme nos lábios, amor. Isso não ocorrerá mais.
Tu ainda não satisfeita, tornou a olhar no espelho, dessa vez mais pausadamente e disse:
- Estou ficando velha.
Eu me desliguei por um momento.
Pensei nesse um ano e meio ao teu lado.
Te imaginei com 70 e poucos anos ao meu lado.
Me imaginei com 71 (sim, porque como tu falas eu sou um pouco mais velho que tu, mas ainda assim um "coroa enxuto").
Então saiu de mim a seguinte frase:
- Não, amor. Estás ficando mais bonita.
E tu me olhaste, com aqueles dois sinaladores verdes gritantes que traz no rosto, sorrindo.

PS: Porque eu tenho um AMOR PRA VIDA TODA. ; )

quinta-feira, 3 de abril de 2008


* Do conto de fadas que tornou-se realidade... *

Sabes quando estávamos vendo um pedaço da novela antes do jogo do Grêmio e apareceu aquela cena em que aparecia o casalzinho recém-casado na sua "noite de núpcias"?
E que tu olhaste para o beijo sincronizado dos dois, a declaração do moço pra mocinha e falaste:
- Que amor.
E eu sorri.
Porque eu como tu gosto de sonhar com as mil sensações que o amor pode proporcionar (... antes de ti não sabia que se podia amar tanto, que existia tanto companheirismo, gentileza, sorrisos, bolo de chocolate com nozes, felicidade, sutilezas, poesia, passeios na República de braços dados, pares de olhos quase sempre encontrados, corpos recostados, almas gêmeas, o tal do oito deitado, união, coragem pra me entregar, sonhos...).
E tu recordas do que eu disse depois da tua observação?

Eu pensei um pouco e saiu algo assim da minha boca:
- Tão bonitos como a gente.
E (mais uma vez) me surpreendeste, falando com os olhos tã verdes que me doem:
- É. Mas o nosso amor é ainda mais bonito porque é de verdade.


PS: Algo pode ser melhor do que estar ao teu lado?

quarta-feira, 2 de abril de 2008


* Sobre os pedacinhos que compõem o amor *

Não que eu não goste de avestruz,
arara,
passarinho do peito amarelo que "futrica" a grama verde em busca de não-sei-bem-o-que,
pelicanos que voam alto,
garças,
dos flamingos com seus tons tirados de telas pintadas à óleo,
do beija-flor que namora o lírio que se aquece embaixo do sol,
não que eu não sonhe com o bem-te-vi e daquela primeira vez em que vi um no quintal da minha casa,
não que eu vire a cara para as andorinhas,
que eu fuja das corujas,
que eu não quase assovie quando ouço o canto dos pardais.
Mas ainda assim, acima de todos os pássaros tenho predileção pelos pingüins.
Eles são elegantes, sempre vestidos de preto e branco.
Têm aquele andar simpático, quando se movimentam tombam para os lados.
E quando encontram o seu par, são fiéis por toda a vida.
E é nesse momento que eu te pergunto:
- Queres ser o meu pingüim (para sempre)?

PS: * :>

terça-feira, 1 de abril de 2008


* Das horinhas ao teu lado *

Nem sei bem quando começamos a fazer parte um do outro.
Enxergo quase sempre as pontas dos meus dedos ligadas às pontas dos teus dedos, como se o amor fosse capaz de criar um elo que nos unisse, uma espécie de filamento. Só sei que nas minhas pontas encontro as tuas pontas.
É como se eu te conhecesse desde sempre.
Sei de todas tuas histórias, tuas desventuras, teus arrependimentos, tuas tristezas, teus desabafos. E tu sabes dos meus.
Como se no primeiro dia de nossas vidas já fôssemos apresentados.
E sei (tornando a dizer) que contigo é pra sempre e sempre.
Pra sempre no sentimento.
E sempre...
para limpar a sujeira espalhada.
Para pintar o cabelo com mechas coloridas (vermelho e dourado nunca combinaram tanto),
para ilustrar grandes borboletas aladas na parede rosa,
para dançar ao som de "Por onde andei". O Nando deve ter feito essa canção pra nós dois.
Para tirar o pó da casa,
para fazer academia e notarmos que sim, estamos ficando um pouco velhos.
E sempre também para sonhar com nossos filhos,
com nossos planos,
com a cozinha americana,
com os finais de semana na praia,
com o aparelho de jantar sobre a mesa em formato de feijão,
para chorar um pouquinho quando algumas coisas demoram,
(mas para nunca deixar de acreditar).
Ainda sempre para saber, com certeza, que tu és a minha alma gêmea.
PS: Obrigada por me acompanhar.