segunda-feira, 3 de dezembro de 2007


* Não por acaso *

...
- A moça mais bonita que já vi em toda a minha vida.
Não lembra bem como começou aquele diálogo, mas saiu não mais que de repente essa frase dele. O resto das pessoas continuou falando desordenadamente.
E continuou...
- Não que ele seja realmente a dona da maior beleza que vocês escolhessem. Mas como sou eu que estou dizendo o que sinto, deixa assim. Nunca irei esquecer a primeira vez que toquei aquele cabelo loiro. Estávamos descendo a escada da Casa de Cultura. Umas escadas frias, aliás não entendo bem como um casarão tão bonito e "salmon" possa ter escadas tristes assim. Bom, estávamos descendo e eu disse que pagaria a aposta, mas o beijo seria no rosto, não nos lábios.
...
A multidão se aquietou um pouco, tentando ouvir o que ele dizia. Alguns deles tentavam se encontrar no meio das entrelinhas da grande explicação sobre o amor.
Ele parou. Passou o dedo anelar esquerdo no queixo, como se tivesse algo por dizer e emendou:
- E o cheiro dela. Não há como descrever. Ela sempre cheira bem. Ela sai do chuveiro e tem aquele cheiro. Ela trabalha o dia inteiro, me dá um abraço no final do dia e ainda tem aquele perfume adocicado em meio aos poros. Deve ter em vez de entranhas, flores. Flores coloridas que a preenchem. Dentro dela há rosa amarela, jasmim, cor de ipê lilás como no início da primavera em Porto Alegre...
Então finalmente o burburinho todo parou.
É como se ele, apenas ele pudesse impulsionar o mundo todo com as suas palavras.
- ... me arrependo tanto de ter hesitado no primeiro beijo, entretanto não me arrependo de nada mais. Dos poucos dias vividos juntos e esta vontade louca que nos arrebatava. Tínhamos que nos despir logo para calarmos a vontade um do outro. Lembro do primeiro toque. O seio rosado dela encostado no meu peito...
Foi quando ele notou que uma platéia havia se formado em sua volta. Quietos, compenetrados esperando o que ainda estava por vir.
Um vulto conhecido adentrou a sala.
Ele ficou imóvel. Não por estar com receio, vergonha ou qualquer pudor de continuar aquela conversa.
Mas a menina loira havia chegado.
Ele se desculpou.
Recolheu o estojo, a mochila, o lápis sem ponta, se enroscou no braço dela e saiu por aí.
Havia (e há) pressa quando se quer ser feliz.

PS: Contigo, sou feliz. : )

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah, meu amorzinho.
Te amo tanto e tu és tanto e tudo pra mim... mas acho que tu sabes.
Não, eu tenho certeza que tu sabes. E a cada dia que passa é tudo maior, mais lindo e bacana ao teu lado.
E vamos ficar pra sempre assim, vivendo no nosso mundo cor-de-rosa, deixando chegar perto só aqueles que nos fazem bem, que querem o nosso bem e nos verem felizes. TE AMO!