segunda-feira, 15 de novembro de 2010


Da série postagens antigas - parte XLII - texto do dia 25/05/2007


* Dos dias ao teu lado...*

Porque tens a beleza quase inatingível das estrelas mais longínquas e ainda assim com o teu beijo consigo planar pelas coisas tristes, pelas lágrimas, pela solidão, pelos beijos sem amor.
Porque teu nome não deveria ser esse.
E não que eu ache ruim tu teres esse nome que soa como aqueles nomes da nobreza, de princesas medievais. Mas teu nome deveria ser amor.
A Menina Amora, talvez. Todos deveriam sorrir ao ver teu sorriso. Que seja com o aparelho metálico que tens adornando os dentes leitosos e perfeitos.
Seja logo quando não tiveres mais isso tudo te incomodando.
A verdade é que eu não sabia o que era o amor antes de tu chegares.
E roubo aqui tuas palavras, mas como um moço educado, gentil e quase-quase "puritano" que sou, como um bom ladrão transcrevo nessa altura do texto - que é inteirinho sobre tua companhia - o nosso diálogo.
Faz de conta que eu me chamo Fred e tu tens o nome de Elsa, sim...sim, como o filme bonito que tanto gostamos:
- Elsa, amor... estás com frio?
(e nesse momento, vocês, leitores de um blog colorido saberão sobre todas as sutilezas de um sentimento que é para sempre)
- Eu estava com frio antes de tu chegares.
E Fred então se sente contaminado com a doença mais doce que há.
Sim, Fred está apaixonado. E só lembra de ter sido apaixonado assim por Elsa. Por ela.
Há quase oito meses são assim... companheiros.
Ela faz exame de sangue, ele a acompanha e tomam um café após e juntam as mãos por baixo da mesa.
Ele termina a aula chata, de Direito Administrativo... e ela o encontra no final da manhã e saem por aí...
Talvez a grana seja curta, talvez os espinhos machuquem um tanto, talvez o céu esteja cinza e as provas sejam duras, mas os corações dos dois estão fartos (de amor, amor e amor).

domingo, 17 de outubro de 2010



* Dos quatro *

Quatro são as folhas do trevo da sorte.
Quatro são as mãos unidas que parecem orar uma rezinha para festejar o "para sempre" feliz.
Quatro são as tentativas que fiz antes de te dizer que já te amava.
Quatro são os anos ao teu lado. Quatro serão as décadas junto a ti.
Quatro eram os moços de Liverpool.
Quatro é um número par, e como eu prefiro os números ímpares, torço que logo chegue o nosso aniversário de cinco anos.
Quatro pegadas da Tinoca demarcando a cozinha.Quatro caras com vozes maravilhosas cantando "My girl".
Quatro é o número de letras da rua em que iremos morar.
Quatro são os países que conhecemos.
E quatro são os países que ainda conheceremos na nossa Lua-de-Mel.
Quatro são os minutos que doem quando estou longe de ti.
Quatro segundos é o tempo que dura o sonho.
E mais quatro segundos para que eu te veja ao meu lado, e saiba que o sonho não acabou.
Quatro netos (um dia, um dia).
Quatro são tu, Caio, Sofia e eu sorrindo até dar cãibra no canto da boca.
Quatro é amor.



domingo, 3 de outubro de 2010

Da série postagens antigas - parte XLI - texto do dia 20/04/2007


* Sobre nós dois (que amamos) *

Ela, ainda sonolenta, disse deitada na cama apoiando os dois pés na parede (com aquela preguiça que não a deixa):
- Que cor será o amor?
Ele ficou pensando.
O amor não deveria ter uma cor apenas.
Deveria ser assim como um arco-íris.
Antes de dizer qualquer coisa, a olhou novamente.
A camisola branca com uma bonequinha em tonalidades roxas, rosas, amarelas enfeitavam a roupa, sem meias, sem sutiã (ou qualquer outra coisa que a oprimisse).
Um pedaço da calcinha conseguiu enxergar.
Talvez fosse cor de pele, creme, rosinha bebê, cor de pêssego ou algo assim.
Então finalmente respondeu:
- O amor tem a tua cor.
(riram os dois. Todos os dias quando eles estavam juntos eram bonitos. Eram, enfim, um belo par).

sábado, 31 de julho de 2010


* Confissões de um moço enamorado *

Olhe bem, eu não deveria te revelar o mais secreto dos segredos.
Deveria permanecer mudo, matutar quietinho com meus sonhos silenciosos.
Eis que tu surges.
E não dá para se calar diante tamanha beleza.
Tens uns olhos frescos, matutinos. Eu te digo, é o breu do quarto e eu juro, ainda assim vejo teus olhos cor de pasto beijado pelos primeiros raios solares do dia.
A mulher mais bonita do mundo, é minha namorada.
Dois faróis "verdes-Listerine", não sei se alguém mais tem olhos assim.
Uma pele clara.
Descorada.
Uma pele que só as bonecas de porcelana têm.
As bonecas de porcelana e tu.
És tão suave.
Tão branca.
Tão neve, tão leite, tão... e faltam os adjetivos.
E eu torno a repetir, a mulher mais bonita do mundo... é minha namorada.
Tens uma nuca graciosa.
Uma nuca que parece ter sido esculpida.
Uma nuca que numa poesia rimaria com "bela".
Desculpem-me as mocinhas que desfilam em seus grandes saltos, com pó "nude" para amenizar as olheiras, com jeitos delicados e ensaiados, com aquele mesmo blá-blá-blá intelectual de quase sempre.
A mulher mais bonita do mundo, é a minha namorada.
Queria ser um pedaço daquele casaco turquesa que tu tens.
Te abraçaria pelas costas lisas pelo inverno todo (que castiga Porto Alegre).
Seria um "tecido-amor" para esquentá-la durante os meses de julho, agosto.
Em setembro, eu seria uma florzinha de ipê-lilás que adorna a tua orelha esquerda.
Tens uns dedos longos.
"Dedos de pianista" - como diria teu pai. De elegância em forma de mulher.
Tinha 15, 16 anos e nem sabias da minha existência. Naquele momento, te elegi a minha musa predileta dessa ciranda doida que se chama vida.
És erva-doce no meio da erva-daninha de todos os campos.
A mulher mais bonita do mundo, é minha namorada.

domingo, 13 de junho de 2010

Da série postagens antigas - parte XL - texto do dia 20/03/2007.



* Do sonho - parte III *

Acordei então sorrindo, como se girassóis alados tivessem perseguido a noite inteira e faceiros teriam feito cócegas nos meus dois brancos pés.
Pulei da cama cantando... uma cantiga que assim, rapidamente esqueço o nome.
Sei que falava (e acho que o cara que escreveu a música te conhecia) das vestes, do jeito de sonho, da presença do ser amado.
E eu me remeti à ti.
Recordei daquele que seria o primeiro dia, em que tu estavas de óculos, camiseta da Itália, um sorriso nos lábios.
Me pediu então a caneta que estava na tua bolsa.
Eu correndo peguei ela e encostei as pontas dos dedos nos teus dedos... e tu apertou mansamente a minha mão.
(e eu quis ser teu, só teu)
Deve ser assim que começa um grande amor.
Duas pessoas se conhecem há tempos, há anos, há vidas.
Tu sabes da minha existência,e eu sei da tua.
Então cada vez que eu encontrava algum conhecido teu, perguntava:
"Como vai a moça que parece mel?"
E me diziam "tudo bem, tudo bem".
E eu sei que tu também perguntavas de mim:"Como tá o mano mais velho?"
Eu não estava lá tão bem (faltava ainda unir meu corpo com o teu).
Foi então o reencontro.
E eu que entendia pouco assim do amor... venho aprendendo cada vez mais contigo.
Cada vez que abro os olhos e te vejo ao meu lado, é como se o anjo que tem me acompanhado desde pequeno me dissesse:
"Vai, moço sonhador. Casa com a menina que tem rima de mel."
(e eu esfregasse meus olhos castanhos e emocionados aceitando agora que a vida "vivida" é ainda mais bonita que o sonho).

PS: Três anos e oito meses!!!

domingo, 16 de maio de 2010


* (Infinito)* ou ainda * Das coisas que eu já sabia...*

Dava para saber que era o certo desde que te vi pela primeira vez.
Eu sabia que era certo, tu não sabias.
E ponto-final.
Nenhuma mágoa.
Eu sabia que acabaríamos nos apaixonando.
Tu sabias pouca coisa sobre mim, então não há problemas. Eu já entendia o fluxo do vai-e-vem dentro de um coração.
E sabia também que tu serias o único que entraria em mim de forma tão avassaladora e ali permanecerias por segundos, horas, anos, décadas, vidas.
Tu não entendias bem a maneira que eu tinha de enxergar as coisas.
Era simples, é bem simples.
Eu entendo o amor no sentido pleno do amor.
Compreendo sobre a quantidade de amor que cabe em um instante.
E naquele dia, tu me preencheste de amor. Em um instante apenas.
Tu não sabias ainda sobre os meus medos, das minhas inquietudes, e por isso é que não são necessárias desculpas.
Naquela vez, na adolescência, eu já era velha de espírito.
Coisa de mulher que já enfrentou várias barras. Tu eras pequenino ainda, porém tinha e tens dentro de ti essa alma imensa e bonita.
E eu te recebi assim, dentro de mim criei um altarzinho com conchinhas e sorrisos teus.
A verdade é que eu já sabia que era para sempre.
E tu apenas começavas a saber.

domingo, 11 de abril de 2010


* Ensaio sobre o amor que faz acreditar *

- Tudo nos conformes, mãe. Tudo nos conformes.
(disse ele já saindo pela porta que dava para a rua).
Saiu por ruas sem emitir um som sequer.
Procurando por ela, talvez.
Tentando recapitular detalhe por detalhe da última conversa. Recordava sempre que ela dizia:
- Ano que vem, estaremos os dois sentados na mesa de jantar do nosso apartamento.
"Nosso" apartamento.
Ele nunca ouvira algo tão bonito e grandioso como aquelas palavras.
Era como se os dias vividos até ali tivessem ganhado uma conotação realmente especial.
Era como se uma pequena semente de pitanga caísse no chão e dali nascessem em questão de segundos florestas e florestas perfumadas.
Ah e era apaixonante.
Como gostava de saber que o Soldadinho de Chumbo sem perna, porém com poesia havia sido escolhido pela mais bonita bailarina.
Retalhos de tule coloridos que enfeitariam um lar aquecido de amor. Como era bom.
Se vocês também sentissem, o entenderiam.
É como se lá, si, sol, fá, mi, mi dessem as mãos e fizessem partituras harmônicas e plenas por se depararem com o verdadeiro significado daquilo que de mais bonito mora dentro de toda a gente.
Basta ouvir uma daquelas conversinhas entre os dois no final da noite, quando ele afirma:
- Eu resolvi, decidi... nunca iremos morrer.
Ela, um pouco confusa, questiona:
- Como assim? Um dia todo mundo morre sim.
E ele murmura baixinho:
- Ora, dentro do meu coração tu vais viver para sempre.

segunda-feira, 8 de março de 2010


* Todas as noites eu sonho contigo *

Era como se antes ele vivesse num ferro velho.
Tudo cinza,
enferrujado,
empoeirado.
Aos pedaços.
Tinha uma vida aos pedaços. Antes.
Não acreditava nas coisas que colorem a vida,
não sabia os nomes daquelas flores que desabrocham em roxo e rosado.
Gaguejava quando o questionavam sobre o amor.
Não que não soubesse o que era o amor.
Devia ser algo quentinho que mora dentro da gente.
Ou não.
Simplesmente não gostaria de apostar o que representava aquele sentimento.
Mas tudo mudou num dia.
Num dia quando ela apareceu.
Eis que os raios solares adentraram a janela, se espalharam pelos cantos da sala.
O desbotado que morava nas paredes despediu-se. Baldes de tintas felizes preencheram cada cantinho da casa.
As andorinhas fizeram de todo o ano verão.
Deus desenhou um arco-íris num céu antes pálido.
A alma de toda a gente passou a acreditar.
E ele, agora não mais sozinho (com ela em seu coração), sabia descrever o amor.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Da série postagens antigas - parte XXXIX - textos dos dias 03 e 15/03/2007.

* Vermelho *

Porque antes eu tinha uma alma mansa, um sorriso pouco, uma esperança diminuta, uns olhos opacos.
E então tu apareceste com todas tuas mil cores, teus gestos bonitos, tua paz, teus beijos enlouquecidos, teus lábios ansiosos, teu corpo em brasa, tua delicadeza, tuas delícias, tua forma de amar.
E o meu planeta passou a ter umas pinceladas vermelhas e começou a se chamar "Amor".


* Sobre a busca que acabou *

Te procurei por entre as flores do jasmineiro que me alegravam em dias bons e nos dias ruins deixavam até meu pai enjoado com tanto cheiro adocicado.
Te procurei nas mais altas montanhas, depois de andar as maiores distâncias, quase morri em vários desfiladeiros tentando te achar.
Te procurei quando havia sede por horas bonitas e fome por esse amor intenso.
Te procurei em sorrisos de "Vou bem, obrigada".
Te procurei nos abraços apertados.
Dentro da página que estava com o marcador destacando: "...Desde aquela tarde quase quente de setembro, quando nos estendemos nus sobre a areia clara das margens da sanga de Caranguatatá, um dia perto do teu aniversário, o céu azul feito alguém tivesse pintado ele, essas ventanias de primavera secando rápido nossos cabelos molhados, enquanto uma borboletinha amarela esvoaçava entre nós para escapar depressa no momento exato que, ali do meu lado, você se debruçou na areia para olhar bem fundo dentro dos meus olhos...".
Te procurei na poesia do Caio (tal qual o nome do nosso futuro filho).
Nas canções que embalam nossas vidas.
Te procurei até na fila de pão no supermercado.
Nos cafés todos, querida.
Te procurei com cachecol em noites em que a boca treme sozinha, desamparada (como quem precisasse de um beijo para voltar a esquentar).
Nas entrelinhas das letras do Fito Paez.
Te procurei nos sonhos de criança.
Na roda-gigante do parque de diversões.
Perto da cama ainda quente de nossos dois corpos.
Te procurei no tronco da árvore em que nossos nomes estariam para sempre tatuados: tu e eu.
E ainda assim não te achei.
Foi então que olhei para dentro de mim...e aqui te encontrei.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010


Queridos,
prometo que "logo-logo-loguinho" estarei de volta para deixar um pouco de mim, do amor para vocês.
Estou com saudade.
Beijos,
(da menina loira e do menino ruivo).