* Sobre a consulta médica e outras histórias de amor *
Era pra ela ser atendida às 10:30 em ponto.
Eu disse: era.
Uma das verdades que sabemos é que médicos são impontuais, não é mesmo?
Como um gentil rapaz me ofereci para acompanhá-la na consulta.
Chegamos ao consultório às 10:10, esperançosos de ter a grande sorte dela ser acolhida um pouco antes do horário combinado.
Teríamos um almoço mais comprido e poderíamos falar sobre todas as coisas com que sonhamos.
No entanto não deu.
O tal doutor se atrasou e ficamos os dois a folhear revistas num consultório com janelas gigantescas que deixavam passar toda aquela frialdade (que existe e é mistura de frio com maldade) que uma Porto Alegre poderia produzir numa terça-feira chuvosa.
Foi então que as pontas dos dedos dela pousaram sobre as pontas dos dedos meus por baixo das páginas, em segredo.
E a minha mão até então gélida se aqueceu com o amor todo confeccionado pelas mãos dela.
Foi sem pensar que disse a seguinte frase:
- Casa comigo?
Ela fez brilhar os dois olhos baralhados das cores azul e amarela.
Com aquele fitar esverdeado me disse "sim".
E ninguém, senhores, poderá dizer que já ouviu conversa mais bonita que essa no mundo.
PS: Passar de segunda a segunda casando contigo... esse é o meu mais doce devaneio.
3 comentários:
doces palavras
fico imaginando tudinhooo..rs
É bom quando acontece no trem também.
Beijos!
Lindo... :)
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