domingo, 28 de junho de 2009

Da série postagens antigas - parte XXXIV - texto do dia 04/02/2007.

* Do início do início * ou ainda * Contrariando Alfie *

Os dois meninos sentados na praça sorriem.
Olham para o céu.
O céu azul como a cor do lápis preferido da Raquel e sorriem. Um céu que "logo-logo" estaria coberto de estrelas prateadas.
O mundo deveria ser um pouco menos complicado, mas como não é, eles sorriem.
Lembram-se do primeiro dia (do dia em que tudo começou).
Recordam-se dos pequenos detalhes.
E outros detalhes fantasiam.
O primeiro beijo não foi um beijo. Foi uma leve carícia trocada por duas mãos.
A mão direita de Cícero tocou na mão esquerda do outro.
Cícero disse que daria um jeito na sua vida.
Disse que não viveria mais sem tê-lo em seu cotidiano.
E ele era tão bonito (aliás, ele é tão bonito).
Se encontraram no mês de outubro, quando nada acontece. Quando tudo é quase Natal, quase fim de ano, quase finados. E não é nada.
Cícero era quase feliz. Cícero era praticamente "outubro".
E cansou do quase.
Cícero ofereceu a sua vida toda ao outro menino.
Contou até mesmo a historinha dos baleeiros. Malditos baleeiros.
Sentados talvez sorrissem pela possibilidade de um mundo ainda mais bonito (estando agora, os dois juntos).
Sorriem sentados os dois na praça, esperando o futuro chegar.
PS: 28 de junho - dia pra acreditar que o amor é sempre possível.
PSII:
"I said if
You're thinkin' of
Being my brother
It don't matter if you're
Black or white... "
(Michael Jackson)
Esse moço sabia das coisas. : )

terça-feira, 23 de junho de 2009


* Sobre a consulta médica e outras histórias de amor *


Era pra ela ser atendida às 10:30 em ponto.
Eu disse: era.
Uma das verdades que sabemos é que médicos são impontuais, não é mesmo?
Como um gentil rapaz me ofereci para acompanhá-la na consulta.
Chegamos ao consultório às 10:10, esperançosos de ter a grande sorte dela ser acolhida um pouco antes do horário combinado.
Teríamos um almoço mais comprido e poderíamos falar sobre todas as coisas com que sonhamos.
No entanto não deu.
O tal doutor se atrasou e ficamos os dois a folhear revistas num consultório com janelas gigantescas que deixavam passar toda aquela frialdade (que existe e é mistura de frio com maldade) que uma Porto Alegre poderia produzir numa terça-feira chuvosa.
Foi então que as pontas dos dedos dela pousaram sobre as pontas dos dedos meus por baixo das páginas, em segredo.
E a minha mão até então gélida se aqueceu com o amor todo confeccionado pelas mãos dela.
Foi sem pensar que disse a seguinte frase:
- Casa comigo?
Ela fez brilhar os dois olhos baralhados das cores azul e amarela.
Com aquele fitar esverdeado me disse "sim".
E ninguém, senhores, poderá dizer que já ouviu conversa mais bonita que essa no mundo.

PS: Passar de segunda a segunda casando contigo... esse é o meu mais doce devaneio.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Da série postagens antigas - parte XXXIII - texto do dia 02/02/2007.


* Da trigésima terceira vez em que me apaixonei por ti *

Se tivesse como prender a beleza toda do momento.
Vinha repetidamente à sua lembrança ela chamando-o do outro lado da rua.
Tinham combinado na pracinha.
Ela entendeu que seria na frente do hospital.
Ele ficou se ajeitando uns 7 minutos antes dela chegar.
Arrumou o cabelo que estava em desalinho com um vento inesperado que vivia em Porto Alegre em pleno mês de janeiro.
Ela demorou sete minutos e meio. E ele achou por um momento que ela não viria.
Mas ela estava abanando com a mão esquerda do outro lado da rua.
Estava de verde.
Como estava da primeira vez em que deram as quatro mãos.
Ele não resistiu.
Ficou atônito como sempre ficava com a presença loira dela.
Falou qualquer coisa, apontou para a praça.
Ela sorriu. Conhecia ele. Era um cara atrapalhado, mas a amava (infinitamente).
Ela pegou a mão dele e entraram no prédio.
O sorriso dela apenas perdeu força quando se beijaram no elevador.
Eram assim... bonitos, jovens, felizes, quase nada melancólicos, saudosistas, namorados, bacanas, apaixonados.
Eram amantes.
Tinham "almas boas" (como já haviam os descrito).
Se amavam como poucos.
Ela era feita pra ela.
Ele era feito pra ele.
Tinham os dois, ares de sonho.
PS: O amor é bom. E vocês sabem que sim. : )

terça-feira, 9 de junho de 2009


* Em alguns dias penso em ti... e nos outros também *

Tudo porque eu tenho aquela teimosa mania que não me deixa, a mania de te amar.
Vejo fotos nossas, invento histórias nas quais acabamos indo para a mesma casa no final do dia com os mesmos sonhos. E tudo bem se a casa em comum faltar, fica sempre a margem dos planos fantásticos, porém críveis.
Escrevo teu nome e desenho um baú do tesouro por cima dele. É bem assim, és minha eterna busca mais valorosa. O pote dourado no final do arco-íris. As palavras pouco convencionais mas cheias de sentimentalismo.
Me vejo cotidianamente sentada ao teu lado.
Tu com a boca abarrotada de chiclete de tutti-frutti como fazia quando eras pequeno numa dessas cidades do interior que terminam quase sempre em "Sul".
E eu dizendo: "Isso vai te fazer mal".
E tu engasgando, engolindo a goma de mascar de uma vez só, correndo, meio que chorando e gritando:
"Tô com nó nas tripas, tô com nó nas tripas".
O teu lado mais original é esse. Essa tua dramaticidade. Esses teus olhos verdes arrastados, a manta com nó a la "Jude Law", teu queixo com pele um pouco "craquelenta" por causa do frio que judia os últimos dias de Porto Alegre.
O bom mesmo é te ter nas entrelinhas, te conhecer por dentro, por fora, por todos os porinhos.
O bom mesmo é ser essa gente que acredita no amor,
nos abraços mornos,
nos lábios que só sorriem.
E ter talvez a chance de te ter como um muso.
Fazer um poema repleto de acácias rubras, pandorgas coloridas, estrelas suicidas (cadentes), pozinho de purpurina, rocambole de doce-de-leite, cafés expressos transbordantes, borboletas que povoam almas e pedidos diários de casamento.
Numa prosinha assim em que eu seja tua e tu sejas meu
(pela eternidade).
PS: "Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir..."
(Nando Reis)

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Da série postagens antigas - parte XXX - texto do dia 26/01/2007.


* Das doces possibilidades *


Em qualquer lugar em que tu, menino dourado, possa andar eu estarei te resguardando.
Guardarei teu andar como Deus que deve proteger as pequenas crianças as quais ainda chegarão nesse mundo.
Como minha mãe cuida dos pêssegos maduros num local especial da sacola amarela quando volta da feira só pra oferecê-los pra mim.
Onde existirem lacunas, preencherei o vazio com nossos dois nomes que juntos parecem um fino bordado com lápis "azul da cor do céu".
E quem passear por aqueles lados, irá certamente pensar: "Quem diria... era amor mesmo".
Era amor mesmo.
É amor.
E será infinitamente amor.
(enquanto tu guardares as minhas mãos pálidas e eu zelar pelos teus amoráveis olhos verdes).