segunda-feira, 31 de agosto de 2009


* Enquanto durar a canção *
ou ainda *Melodia para toda a eternidade *

Quando sentiu dentro do coração (e era a primeira vez) aquela sinfonia de cigarras, poesia, turbilhão de sentimentos bonitos, ipês amarelos repletos de pétalas douradas, sonhos de crianças pequenas, suspiros... resolveu arriscar.
E ela pede milhões de desculpas para aqueles que não a entendem.
E se no caminho deixou a desejar com algum dos seus planos delicadamente bordados de linha feita de romance.
No momento que aquilo tudo lhe preencheu, ela não conseguiu mais sossegar.
Era como se lhe empurrassem, como se Deus escrevesse um desfecho grandioso para ela.
(Ela talvez nem merecesse tanto).
Bobagem, os dois merecem.
Mas o amor, numa dessas ruas de Porto Alegre, lhe foi apresentado.
Quando se olharam, tiveram os desatinos doidos de paixão todos justificados.
Ele pensou algo:
" Quem é aquela menina de mechas amoras?".
Ela pensou:
" Ele!!! Ele!!! Tomara que dessa vez ele me reconheça."
Não, ele não a reconheceu.
(...mas para felicidade dela, ele já estava predestinado a ser seu par pelo resto dos bailes dessa e de outras vidas).
Naquela vez não teve abraço.
Houve um sorriso,
e uma vontade louca de terem os lábios encostados.
Ficou no quase.
No entanto, como tudo que é tão sonhado, tão certo, tão desejado... aconteceu.
E vem há quase três anos acontecendo.
E se vocês pudessem ouvir as juras,
os bracinhos entrelaçados,
a fitinha lilás que guarda tão bem o pequeno saco com todos os anseios floridos,
os olhos marejados cada vez que pensam na família que formam (sim, porque os dois já o são).
Se vocês acreditam no amor,
finalmente vocês podem entender esses dois.

PS: E devo dizer-te... cantarolo quase sempre dentro de mim uma "canção-amor" para nós dois dançarmos. Nem que seja em pensamento. : )
PSII: Para todos que lêem o blog: Pessoal, agradeço todas as palavras queridas que sempre me mandam. Agradeço a paciência com a espera por cada nova postagem. Tentarei escrever com mais frequência. E podem deixar, um dia escrevo um livro. E dedicarei a todos que chegam aqui e dizem que também acreditam no amor. Obrigada pelo carinho!!!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Da série postagens antigas - parte XXXV - texto do dia 02/03/2007.

* Esta poderia ser a sua vida *
(ou ainda *Para você que me inspira*)

Era uma vez uma moça loirinha com o cabelo escorrido e brilhoso, que tinha uma franja caída nos olhos, uma voz bonita e vários sonhos que nasceu numa cidade quase grande quase pequena.
Essa menina nunca foi quietinha. Aliás, ela detestava quaisquer diminutivos.
"Pequenina, engraçadinha, malvadinha, lindinha" eram palavras que davam até um nó na boca do seu estômago.
Ela morava numa casa que tinha um pátio comprido e verde.
E ali ela arquitetava seus grandes planos pra vida futura.
Gostava de sentar na grama fofa, comer "figada" e pensar nas grandes possibilidades.
Andava de bicicleta muitíssimo bem, muito melhor que as outras meninas da rua. Muito melhor que seus irmãos. Era tão veloz que parecia vento e nesse momento é que ela conhecia a tal face da liberdade.
A mãe chamava os filhos para jantar e lá ia a menina loira com uma cara amarrada... a mãe adorava estragar as brincadeiras. Mães são assim, não entendem as vontades das crianças. Mas ela sempre permanecia um pouco mais após a chamada e no segundo sinal da mãe saía correndo tanto que chegava a sentir dor nos dois joelhos.
Aprendeu a ler antes das outras crianças.
Quase que sozinha.
Não se deram conta disso e um dia ela escreveu seu sobrenome "meioalemãoitalianopolonês" como todos os moradores do interior gaúcho e o pai veio correndo dizer: "Mas é tão espertinha". Nó no estômago.
Queria ser atriz, bombeira, professora em faculdade, programadora de sistema... poderia ser mil e uma coisas. Mas principalmente seria feliz.
Gostava de matemática.
Se dava bem com os números.
Mas gostava de gente também e se dava bem com palavras, sentimentos, frases melancólicas, sabia bem o Português.
Um dia ela cresceu.
E se sentiu diferente das outras pessoas.
Ela já não tinha mais lugar.
Seu cabelo não era tão mais liso assim.
Ou até era.
Mas não escorrido.
Poderia usar uma presilha para que os fios loiros não atrapalhassem na digitação.
Procurou alguns relacionamentos por talvez assim se achar a sua metade. Alguém para segurar as suas mãos e também acreditar.
Se desiludiu na maioria das vezes.
Casou, mas descasou.
Não dá pra se viver pra sempre em Joinville.
Porto Alegre dá saudade.
Casou pela segunda vez, mas também descasou.
Não dá pra ser vigiado constantemente pelo jeito que se toma café e é criticada por isso.
Muita coisa depois aconteceu com a menina.
A sua vida bem que poderia ser um belo roteiro.
Quem sabe eu ainda escreve a sua história.
A verdade é que a trajetória dela não acaba assim.
Depois de todas as poucas e boas pelas quais atravessou foi numa formatura de economia. Queria sorrir um pouco. Sentia-se completamente cansada... mas foi. "Prestigiar uma amiga vale mais que o meu cansaço" ainda pensou.
E logo que adentrou o salão viu de costas o cara da sua vida.
Assim, ele não era bem "O" cara.
Mas era até bonito pela maneira que ela o enxergava. E o que mais posso dizer?
A menina loira ainda não casou, mas pela primeira vez está pensando em ser feliz para sempre.
(Ah sim e o moço ruivo também).

PS: Porque certas vidas quando se encontram(como a minha e a tua) dão um belo romance, um bonito enredo pro carnaval da Portela.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009


* Nós sempre teremos Paris *

Tenho tido um sonho estranho nessas noites de inverno.
Ele sempre me remete àquele primeiro dia.
Perguntam para ti (que estás de saia vermelha, sorriso gigantesco, olhos por Deus pintados e uma beleza jamais vista) de onde me conheces.
E tu, talvez numa dúvida que te devora a alma, diz:
"- Não lembro, não lembro...".
Continuas repetindo isso por um bom tempo.
E fecham-se as cortinas.
O sol não mais entra.
Os ipês cobertos de cores amarela e lilás choram todas as suas belas pétalas.
Lá fora chove tristeza.
Eu ainda penso: foi-se embora o sonho de amor.
Acordo amuado.
Como se os anjos não rezassem mais por mim.
Como se apenas os inimigos ganhassem os duelos (que nem sempre foram culpa minha).
Acordo desejando que não mais pudesse abrir os olhos.
Então sinto um calor no peito.
Sinto a tua mão em meu rosto...
e aquele "bom-dia-amor-da-minha-vida" que tu quase sempre falas pela manhã para mim.
Relembro todos os pormenores daquele primeiro dia. Do primeiro dia que encontrei o amor, que estivemos (nem que seja por simples devaneio) em Paris.
Sorrio.
E tenho a nítida sensação de que serei (seremos) feliz (felizes) pelo resto dos dias.

PS: Desculpem a demora na postagem.
PSII: Pra quem mora em Porto Alegre: o amor, lembrem-se, salva até dias chuvosos sem poesia.