quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Da série postagens antigas - parte XXV - texto do dia 21/12/2006


* Das verdades *

A verdade mesmo é que eu sempre quis ter um amigo ou uma amiga que tivesse como nome Muriel.
Eu gritaria Murieeeeeeeeeeel e faria rima lá longe, el, el...el.
A verdade é que eu queria saber dedilhar uma guitarra como ninguém.
A verdade é que eu gostaria de ter pés menos feios. Menos chatos, menos esquisitos.
A verdade é que eu queria ganhar um Oscar de ator coadjuvante.
Ficar rico, clarear meus dentes.
A verdade é que eu gostaria de ser menos parecido com a Leandra Leal.
Queria ter uns ares de Sofia Serrano.
Queria ter um narizinho delicado parecido com o da Catherine Deneuve.
E aquele jeito blasé também.
A verdade é que gostaria de te fotografar nuazinha e pendurar a tua foto ali em cima da minha cama e poder sonhar contigo por horas a fio.
A verdade é que pretendia enfiar as narinas no meio da grama mais verde e de repente até morrer ali (feliz, lembrando de ti).
A bem verdade é que te encontrei um dia e desde então não páro de fantasiar contigo.
A outra verdade é que eu queria aquele livro do Caio há muito tempo e esperava que um dia tu aparecesse e me desse ele.
A verdade é que eu gostaria de ser menos repetitivo, mas cada vez que toco as tuas mãos, preciso te dizer desesperadamente que é como se fosse a primeira vez.
A verdade é que eu quero casar contigo.

sábado, 24 de janeiro de 2009


* Do essencial *

Eu poderia ser um cara rico e te promover extraordinários bailes onde apenas se serviria o melhor espumante do povoado, onde tocasse apenas aquelas melodias de amor com as quais nós dois nos abraçamos mentalmente, mas Deus sabe o que faz e nessa vida vim com um dinheirinho contado dentro dos dois bolsos do meu casaco verde-musgo.
Eu te ofertaria, se tivesse grana o bastante no banco com um anel de noivado de ouro branco, coberto de turmalinas (e ainda diria no teu ouvido que aquele azulado bonito é como teus olhos que transbordam quando alguma cena te comove).
Se eu fosse herdeiro de uma dessas famílias afortunadas te compraria milhares de ladrilhos bem brilhantes, contrataria alguns senhores para que pavimentassem a tua rua com todo esse colorido.
Mas seriam esses senhores velhos, porque a muita idade acaba ensinando um pouquinho da perfeição. E eles com a paciência que apenas sexagenários desenvolvem, constituiriam a tua calçada inteirinha... tal como um quebra-cabeça, sem erro algum.
E eu te veria sorrir em todas as manhãs de sol em que as pedrinhas cintilassem tanto que teus dois grandes faróis verdes ficassem semicerrados.
Se eu fosse ricalhaço realmente, mandaria esculpir o teu semblante em todas o cimento cinza que tortura um Porto que algum dia foi Alegre. E com a tua face, querida, por todo o canto as pessoas (até as mais tristes) teriam um bom motivo de acordar todas as manhãs e sonhar.
Infelizmente como não tenho quase nenhuma soma escondida no fundo do armário te ofereço do que gozo de mais belo:
os 21 gramas (de minha alma).
PS: Ah tu sabes, né? Te amo. : )
PSII: Pra vida toda!!! :D

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Da série postagens antigas - parte XXIV - texto do dia 15/12/2006.


* Sobre Fernanda e Catarina * (ou * Sobre o primeiro dia e os outros que ainda virão* ou ainda *Valsinha para duas meninas antes perdidas*)

E se ela quisesse todas as marias-sem-vergonha do mundo, Catarina recolheria as flores exaustivamente e no final da tarde bateria no número 102 e teria um sorriso nos lábios ainda como brinde.
Fernanda passaria o dia tentando tirar a letra de "Blue Moon" no violão só pra fazer Catarina feliz.
Catarina ouviria a canção e baixaria os olhos.
Quase não acreditaria que perdera tanto tempo sendo infeliz.
Nunca tinha ganhado declarações de amor assim.
Era assim no máximo um "Não esqueço de ti". Mas era da boca pra fora. Acabaram esquecendo dela (coisa que Fernanda não faria).
Fernanda tinha uma voz que deixava Catarina no céu.
Catarina agora sabia como era o céu quando Fernanda cantava.
Fernanda havia chorado muito. Entregara seu coração, seu lar, seus anseios. E não souberam zelar por isso tudo. E num dia qualquer de maio pegou sua pequena mochila e foi embora. Resolveu ser feliz.
Catarina demorou mais para deixar o mundo triste que habitava.
Demorou porque fizeram-na crer que aquilo era amor.
E ela já quase não sabia o que era amor.
Mas Fernanda então chegou.
E no primeiro dia entregou-lhe "Morangos Mofados" (do Caio que parecia embalar aquele amor que deveria estar escrito nas estrelas que mais brilham no céu).
E Catarina sorriu.
Catarina entregou-lhe um olhar terno bem demorado e seu coração (que não estava tão embrulhadinho quanto o presente).
Passaram a tarde embaixo de um sol (que judiava) num parque qualquer.
Catarina queria tanto um beijo. Mas faltava-lhe a coragem.
Passaram semanas até aquele momento ocorrer.
Catarina quis pagar a aposta que fizeram antes mesmo de se conhecerem.
Não havia ganhado o Alpino, mas ganharia um beijo daquela menina que lhe tirava o sono.
E no momento que juntaram as bocas, as duas bocas rosadas, finalmente entenderam.
Era o irremediável amor que lhes circundava.
Desde então Fernanda (que não se chama Fernanda) e Catarina (que tem um outro nome que nem rima com esse) vem sendo felizes.
E o mundo anda muito mais colorido.

domingo, 11 de janeiro de 2009


* Para ti, todo o (meu) amor *

Posto que Deus te criou para a minha alegria, devo ser a ele muito agradecido.
Foi ele também que fez estes teus traços que parecem roubados de quadros de pintores renomados. E só dessa maneira eu posso explicar como foi teu aparecimento em minha vida naquele setembro pouco florido de 2006.
Quando surgiste no horizonte, a terra começou a soluçar plantas altas que davam flores perfumadas, flores grandiosas e delas nasciam frutos que tornavam-se o jantar predileto dos passarinhos. Pois bem, naquele setembro foste a salvadora das criaturinhas voadoras.
Naquele mês, Porto Alegre ficou completamente colorida. E eu não mais só.
Tatuaram então os anjos em meu peito (com um coração afoito de ti):
"Moça loira, sou teu".
Toda a multidão antes cinza celebrou a tua chegada.
E eu que estava em cima do mais alto jatobá para ficar mais perto de Deus, gritei alto para "Ele":
- Paiqueridodocéuobrigadopelabenção.
E Deus, que gosta de todos seus filhos, com uma voz terna (como de todo o pai), me disse:
- Vai, filho. Vai fazer feliz a tua bonita moça.
E eu prometi para aquele que fez o mar, a nuca clara do meu amor, o céu estrelado, o preto -azulado do lápis que pinta os olhos castanhos da menina ruiva, os golfinhos, o polvilho para fazer as deliciosas rosquinhas que eu a faria para sempre feliz.

PS: Aos leitores, peço perdão por algum erro gramatical, prometo me adequar o quanto antes com as novas regras.
PS: E aos que acreditam no amor, peço, insisto... continuem a sonhar. Um belo 2009 para todos nós!!!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009


Da série postagens antigas - parte XXIII - texto do dia 14/12/2006


* Das vezes em que tu te acordas no meio da noite pra zelar pelos meus sonhos *

Um menino de olhos castanhos conhece uma menina de olhos verdes.
E cada vez que ele olha pra ela é como se fosse o primeiro segundo.
O primeiro segundo que a fez crer em borboletas.
Que fez ele engolir as borboletas dela.
E após sessenta e um dias...e com apenas certezas em seus bolsos guardados.
Os dois sorriem, como se dor nenhuma existisse.
O amor é pleno.
O amor cabe naqueles vãos passados.
O peito antes vazio agora preenchido com todas as doces tonalidades do amor.
Os dois têm agora o mesmo sorriso,
na mão esquerda levam um mesmo anel.
E na alma apenas uma verdade...esse amor que não mais acaba.
(só cresce e cresce e cresce).