quarta-feira, 2 de maio de 2012

* Para a filhota não mais reclamar... *





Tinha vontade de gritar:
"São quase seis anos! Quase seis anos, senhores!!!" 
Com tantas exclamações que preenchessem três buracos negros inteirinhos.
Queria dizer para aqueles que começaram a amar agora, para não desanimarem. Vale a pena! É preciso lutar, largar tudo, desmanchar laços doídos (do passado), bordar com fitas delicadas, linhas multicoloridas, e até canutilhos vermelhos escarlate (uma breve homenagem) o nome da moça que seria o símbolo de todas aquelas glórias, alegrias, vitórias.
Quase seis anos, e nenhum título do Imortal Tricolor quase.
E ele quase não se preocupava.
É ótimo ser gremista, ainda mais ao lado dela. Ignoravam juntos os os cânticos desaforados das outras torcidas.
Não havia sentimento como o amor ao Grêmio e o amor que unia eles dois.
A verdade é que a vida é bem corrida.
Pode-se descascar abóbora gigante para colocar na sopa que aquece o primeiro inverno juntos no novo apartamento dos dois.
Só que fica a lacuna faltante da cartinha amorosa.
Dá para matar todos aqueles bichinhos da luz que grudam na umidade do teto do banheiro após o banho demorado dela (só um pouquinho demorado, tá?), só que ficam faltando algumas palavrinhas de amor para preencherem um blog que faz toda gente sonhar.
É possível escolher as rosas a dedo, semana-rosa, semana-branca, semana-laranjinha -clara, fazer feliz a ela.
No entanto, fica o espelho sem uma frase de "Eu creio que sempre te amei".
Pode ser Chico Buarque com todo aquele charme de senhor grisalho, cavalheiro e poeta, só que não dá tempo para ser um Orlando Bloom bonito, perfeito, sexy e sotaque inglês para dar vontade de pecar até mais tarde.
Pode até ser assim - meio corridinho.
 Mas ainda será o nosso mais bonito conto de amor.

PS: Os canutilhos e os parabéns ficam para a filhota colorada, mas ainda assim querida - Robertinha.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011





* Para celebrar setembro (que finalmente chegou) *



Clarice adentra o quarto, breve e de uma vez só, diz:
- É primavera. E agora?
Ele pensa. Queria dizer que “ainda bem que terminou aquele agosto”, que está com o joelho doído por causa da batida na mesa onde fica a impressora no seu trabalho, que a tal TV de LCD está em promoção naquela loja do shopping, e principalmente, que a ama muito. Mas só saiu uma frase atropelada, sem pontuação nenhuma, algo assim:
- Ué, a gente continua sendo feliz.
Ela balançou a cabeça. Como fazia há quase cinco anos. E murmurou, contrariada:
- Amor, eu preciso de um pouquinho de objetividade. Eu terei que decidir o que faremos?
E ele, com a mão no queixo, sentado na poltrona forrada do tecido com desenhos de hibiscos rosas e lilases, declara:
- Lembras da formatura? Eu lembro bem. E tu falaste, com um sorriso em lábios cor fúcsia, fazendo um breve afago nos meus ombros: “Vamos combinar de sair um dia desses!”.
Ela:
- Sim, mas por que a recordação?
Carlos, dessa vez sorrindo, diz:
- Desde aquele momento, eu não sei bem qual será a tua próxima ideia, plano, projeto. No entanto, uma coisa sei, estarei ao teu lado.
Clarice deixou cair uma lágrima atrás do óculos vermelho.

A vida era meio complicada,
o seu chefe era chato,
a viagem a trabalho para o “fim do mundo” ainda poderia acontecer,
a samambaia era muito grande para a pequena sala do apartamento dos dois, mas o amor... bom, o amor havia lhes encontrado.




PS: Natália, o retorno. : )



quarta-feira, 30 de março de 2011



PS: Queridos, a vida anda meio corrida. Tento voltar logo!

PS II: O amor continua a florir enormes cerejeiras rosadas. E percebam... nem é primavera ainda.

PSIII: Muitos beijos, sorrisos, acenos de mãos apressadinhas. Até breve!


segunda-feira, 15 de novembro de 2010


Da série postagens antigas - parte XLII - texto do dia 25/05/2007


* Dos dias ao teu lado...*

Porque tens a beleza quase inatingível das estrelas mais longínquas e ainda assim com o teu beijo consigo planar pelas coisas tristes, pelas lágrimas, pela solidão, pelos beijos sem amor.
Porque teu nome não deveria ser esse.
E não que eu ache ruim tu teres esse nome que soa como aqueles nomes da nobreza, de princesas medievais. Mas teu nome deveria ser amor.
A Menina Amora, talvez. Todos deveriam sorrir ao ver teu sorriso. Que seja com o aparelho metálico que tens adornando os dentes leitosos e perfeitos.
Seja logo quando não tiveres mais isso tudo te incomodando.
A verdade é que eu não sabia o que era o amor antes de tu chegares.
E roubo aqui tuas palavras, mas como um moço educado, gentil e quase-quase "puritano" que sou, como um bom ladrão transcrevo nessa altura do texto - que é inteirinho sobre tua companhia - o nosso diálogo.
Faz de conta que eu me chamo Fred e tu tens o nome de Elsa, sim...sim, como o filme bonito que tanto gostamos:
- Elsa, amor... estás com frio?
(e nesse momento, vocês, leitores de um blog colorido saberão sobre todas as sutilezas de um sentimento que é para sempre)
- Eu estava com frio antes de tu chegares.
E Fred então se sente contaminado com a doença mais doce que há.
Sim, Fred está apaixonado. E só lembra de ter sido apaixonado assim por Elsa. Por ela.
Há quase oito meses são assim... companheiros.
Ela faz exame de sangue, ele a acompanha e tomam um café após e juntam as mãos por baixo da mesa.
Ele termina a aula chata, de Direito Administrativo... e ela o encontra no final da manhã e saem por aí...
Talvez a grana seja curta, talvez os espinhos machuquem um tanto, talvez o céu esteja cinza e as provas sejam duras, mas os corações dos dois estão fartos (de amor, amor e amor).

domingo, 17 de outubro de 2010



* Dos quatro *

Quatro são as folhas do trevo da sorte.
Quatro são as mãos unidas que parecem orar uma rezinha para festejar o "para sempre" feliz.
Quatro são as tentativas que fiz antes de te dizer que já te amava.
Quatro são os anos ao teu lado. Quatro serão as décadas junto a ti.
Quatro eram os moços de Liverpool.
Quatro é um número par, e como eu prefiro os números ímpares, torço que logo chegue o nosso aniversário de cinco anos.
Quatro pegadas da Tinoca demarcando a cozinha.Quatro caras com vozes maravilhosas cantando "My girl".
Quatro é o número de letras da rua em que iremos morar.
Quatro são os países que conhecemos.
E quatro são os países que ainda conheceremos na nossa Lua-de-Mel.
Quatro são os minutos que doem quando estou longe de ti.
Quatro segundos é o tempo que dura o sonho.
E mais quatro segundos para que eu te veja ao meu lado, e saiba que o sonho não acabou.
Quatro netos (um dia, um dia).
Quatro são tu, Caio, Sofia e eu sorrindo até dar cãibra no canto da boca.
Quatro é amor.



domingo, 3 de outubro de 2010

Da série postagens antigas - parte XLI - texto do dia 20/04/2007


* Sobre nós dois (que amamos) *

Ela, ainda sonolenta, disse deitada na cama apoiando os dois pés na parede (com aquela preguiça que não a deixa):
- Que cor será o amor?
Ele ficou pensando.
O amor não deveria ter uma cor apenas.
Deveria ser assim como um arco-íris.
Antes de dizer qualquer coisa, a olhou novamente.
A camisola branca com uma bonequinha em tonalidades roxas, rosas, amarelas enfeitavam a roupa, sem meias, sem sutiã (ou qualquer outra coisa que a oprimisse).
Um pedaço da calcinha conseguiu enxergar.
Talvez fosse cor de pele, creme, rosinha bebê, cor de pêssego ou algo assim.
Então finalmente respondeu:
- O amor tem a tua cor.
(riram os dois. Todos os dias quando eles estavam juntos eram bonitos. Eram, enfim, um belo par).

sábado, 31 de julho de 2010


* Confissões de um moço enamorado *

Olhe bem, eu não deveria te revelar o mais secreto dos segredos.
Deveria permanecer mudo, matutar quietinho com meus sonhos silenciosos.
Eis que tu surges.
E não dá para se calar diante tamanha beleza.
Tens uns olhos frescos, matutinos. Eu te digo, é o breu do quarto e eu juro, ainda assim vejo teus olhos cor de pasto beijado pelos primeiros raios solares do dia.
A mulher mais bonita do mundo, é minha namorada.
Dois faróis "verdes-Listerine", não sei se alguém mais tem olhos assim.
Uma pele clara.
Descorada.
Uma pele que só as bonecas de porcelana têm.
As bonecas de porcelana e tu.
És tão suave.
Tão branca.
Tão neve, tão leite, tão... e faltam os adjetivos.
E eu torno a repetir, a mulher mais bonita do mundo... é minha namorada.
Tens uma nuca graciosa.
Uma nuca que parece ter sido esculpida.
Uma nuca que numa poesia rimaria com "bela".
Desculpem-me as mocinhas que desfilam em seus grandes saltos, com pó "nude" para amenizar as olheiras, com jeitos delicados e ensaiados, com aquele mesmo blá-blá-blá intelectual de quase sempre.
A mulher mais bonita do mundo, é a minha namorada.
Queria ser um pedaço daquele casaco turquesa que tu tens.
Te abraçaria pelas costas lisas pelo inverno todo (que castiga Porto Alegre).
Seria um "tecido-amor" para esquentá-la durante os meses de julho, agosto.
Em setembro, eu seria uma florzinha de ipê-lilás que adorna a tua orelha esquerda.
Tens uns dedos longos.
"Dedos de pianista" - como diria teu pai. De elegância em forma de mulher.
Tinha 15, 16 anos e nem sabias da minha existência. Naquele momento, te elegi a minha musa predileta dessa ciranda doida que se chama vida.
És erva-doce no meio da erva-daninha de todos os campos.
A mulher mais bonita do mundo, é minha namorada.