Tinha vontade de gritar:
"São quase seis anos! Quase seis anos, senhores!!!"
Com tantas exclamações que preenchessem três buracos negros inteirinhos.
Queria dizer para aqueles que começaram a amar agora, para não desanimarem. Vale a pena! É preciso lutar, largar tudo, desmanchar laços doídos (do passado), bordar com fitas delicadas, linhas multicoloridas, e até canutilhos vermelhos escarlate (uma breve homenagem) o nome da moça que seria o símbolo de todas aquelas glórias, alegrias, vitórias.
Quase seis anos, e nenhum título do Imortal Tricolor quase.
E ele quase não se preocupava.
É ótimo ser gremista, ainda mais ao lado dela. Ignoravam juntos os os cânticos desaforados das outras torcidas.
Não havia sentimento como o amor ao Grêmio e o amor que unia eles dois.
A verdade é que a vida é bem corrida.
Pode-se descascar abóbora gigante para colocar na sopa que aquece o primeiro inverno juntos no novo apartamento dos dois.
Só que fica a lacuna faltante da cartinha amorosa.
Dá para matar todos aqueles bichinhos da luz que grudam na umidade do teto do banheiro após o banho demorado dela (só um pouquinho demorado, tá?), só que ficam faltando algumas palavrinhas de amor para preencherem um blog que faz toda gente sonhar.
É possível escolher as rosas a dedo, semana-rosa, semana-branca, semana-laranjinha -clara, fazer feliz a ela.
No entanto, fica o espelho sem uma frase de "Eu creio que sempre te amei".
Pode ser Chico Buarque com todo aquele charme de senhor grisalho, cavalheiro e poeta, só que não dá tempo para ser um Orlando Bloom bonito, perfeito, sexy e sotaque inglês para dar vontade de pecar até mais tarde.
Pode até ser assim - meio corridinho.
Mas ainda será o nosso mais bonito conto de amor.
PS: Os canutilhos e os parabéns ficam para a filhota colorada, mas ainda assim querida - Robertinha.