segunda-feira, 8 de março de 2010


* Todas as noites eu sonho contigo *

Era como se antes ele vivesse num ferro velho.
Tudo cinza,
enferrujado,
empoeirado.
Aos pedaços.
Tinha uma vida aos pedaços. Antes.
Não acreditava nas coisas que colorem a vida,
não sabia os nomes daquelas flores que desabrocham em roxo e rosado.
Gaguejava quando o questionavam sobre o amor.
Não que não soubesse o que era o amor.
Devia ser algo quentinho que mora dentro da gente.
Ou não.
Simplesmente não gostaria de apostar o que representava aquele sentimento.
Mas tudo mudou num dia.
Num dia quando ela apareceu.
Eis que os raios solares adentraram a janela, se espalharam pelos cantos da sala.
O desbotado que morava nas paredes despediu-se. Baldes de tintas felizes preencheram cada cantinho da casa.
As andorinhas fizeram de todo o ano verão.
Deus desenhou um arco-íris num céu antes pálido.
A alma de toda a gente passou a acreditar.
E ele, agora não mais sozinho (com ela em seu coração), sabia descrever o amor.